IBOV fecha com maior queda desde junho, puxado por dados de empregos nos EUA
A sexta-feira chegou, mas dessa vez com mais apreensão do que motivos para comemorar. Isso porque, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA, a pergunta que paira no ar no mercado é: qual será o tamanho do corte nas taxas de juros que o Federal Reserve fará em setembro? Permeando esse […]
A sexta-feira chegou, mas dessa vez com mais apreensão do que motivos para comemorar. Isso porque, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA, a pergunta que paira no ar no mercado é: qual será o tamanho do corte nas taxas de juros que o Federal Reserve fará em setembro?
Permeando esse cenário, o Ibovespa (IBOV) encerrou hoje (06) com queda de 1,41%, aos 134.572,45 pontos, acompanhando o movimento negativo das bolsas de Nova York e a fraqueza das commodities. Na semana, o índice acumulou uma baixa de 1,05%.
Por sua vez, o dólar à vista (USBRL) subiu 0,34%, fechando a sessão a R$ 5,5901. Nos últimos cinco pregões, porém, a divisa norte-americana registrou queda acumulada de 0,80%.
No cenário doméstico, os investidores mantiveram o foco no noticiário corporativo e na expectativa dos dados de inflação que serão divulgados na próxima semana.
Vale destacar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto será publicado na próxima terça-feira (10), com projeção de queda de 0,02% no mês, em comparação à alta de 0,38% registrada em julho. No acumulado de 12 meses, espera-se um recuo da inflação de 4,50% para 4,28%, de acordo com as estimativas do Broadcast.
Altas e baixas da bolsa
Entre os ativos negociados na B3, as ações da Oncoclínicas (ONCO3) sofreram uma das maiores quedas, refletindo a renúncia do vice-presidente da companhia, Rodrigo Medeiros.
Na ponta positiva, o destaque foi para CSN Mineração (CMIN3), que liderou os ganhos do Ibovespa.
Braskem (BRKM5) também figurou entre as maiores altas, apesar de uma nova ação movida pela Defensoria Pública de Alagoas, que busca revisar acordos de indenização por danos morais relacionados ao desastre em Maceió. A empresa informou que ainda não foi notificada do processo.
A Vivara (VIVA3) avançou após o Santander atualizar suas projeções, elevando o preço-alvo da companhia de R$ 33 para R$ 37 até o final de 2025.
No lado negativo, Embraer (EMBR3) recuou mais de 3%, devido a um movimento de realização de lucros após ganhos recentes. Mesmo com a queda, as ações da fabricante de aeronaves acumulam uma alta expressiva de quase 110% no ano.
Entre as blue chips, a Vale (VALE3) registrou nova queda, impactada pela desvalorização do minério de ferro, que recuou 9,5% na semana na Bolsa de Cingapura.
A Petrobras (PETR4;PETR3) também caiu, acompanhando a baixa do petróleo, encerrando a semana com uma perda de cerca de R$ 23 bilhões em valor de mercado.
Além disso, os bancos também tiveram um desempenho negativo, fechando em queda coletiva.
Na semana, CSN Mineração (CMIN3) liderou os ganhos do Ibovespa, enquanto Azul (AZUL4) apresentou o pior desempenho acumulado.
Cenário internacional
As bolsas dos Estados Unidos reagiram negativamente a novos dados do mercado de trabalho e à continuação da venda de ações de tecnologia. As ações da Amazon e da Alphabet (controladora do Google) caíram mais de 3%, enquanto a Nvidia registrou uma queda de cerca de 4%.
Os dados de agosto mostraram a criação de 142 mil novas vagas de emprego, um resultado abaixo das expectativas. No entanto, o payroll de agosto indicou uma aceleração em relação a julho, quando foram adicionados 89 mil postos de trabalho (número revisado). Isso gerou preocupações sobre uma possível recessão na economia dos EUA.
A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, alinhada com as previsões. Os dados sobre ganhos médios por hora avançaram acima do esperado, tanto na comparação mensal quanto anual.
Com essas informações mistas, o mercado continua apostando majoritariamente em um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros pelo Federal Reserve na reunião de setembro. Atualmente, os traders veem uma probabilidade de 73% para que o banco central ajuste os juros para a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (05), essa probabilidade era de 60%.
A chance de um corte mais agressivo de 50 pontos-base, que reduziria os juros para o intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, caiu de 40% para 27%.
Maiores altas do IBOV hoje (06)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
CMIN3 | +4,22 | 6,18 |
BRKM5 | +3,00 | 18,90 |
CSNA3 | +0,61 | 11,60 |
RDOR3 | +0,54 | 33,35 |
VIVA3 | +0,47 | 27,97 |
Maiores baixas do IBOV hoje (06)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AZUL4 | -6,33 | 4,44 |
RRRP3 | –5,57 | 22,87 |
PCAR3 | -4,69 | 3,05 |
RECV3 | -4,17 | 19,28 |
MGLU3 | -4,07 | 11,80 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 134.572,45 | -1.930,03 | -1,41 |
🇧🇷 USD/BRL | 5,5901 | +0,0172 | +0,34 |
🇺🇸 S&P 500 | 5.408,42 | –94,99 | -1,73 |