Governo do Rio planeja redução na tarifa de metrô e trens
Medida deve impactar diretamente a mobilidade urbana, mas levanta dúvidas sobre o rombo nas contas públicas, que ultrapassa R$ 14 bilhões

O governador Cláudio Castro (PL) planeja uma redução da tarifa de metrô e trens para R$ 4,70 no estado do Rio de Janeiro, repetindo o modelo adotado nas barcas desde março. Atualmente, a passagem custa R$ 7,60 nos trens e R$ 7,90 no metrô, valores considerados altos pelos usuários, que enfrentam ainda superlotação e precarização dos serviços.
Quanto vai custar essa redução de tarifa?
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, a medida terá um custo estimado de:
- R$ 300 milhões em 2025
- R$ 500 milhões a partir de 2026
O financiamento virá do Fundo de Combate à Pobreza (FECP), que tem cerca de R$ 5 bilhões disponíveis. A decisão, no entanto, ainda depende de decreto assinado pelo governador.
“É pouco dinheiro diante do benefício. Vamos atrair mais pessoas para o transporte de alta capacidade e reduzir o número de carros nas ruas”, afirma Reis.
Quando começa a valer?
Ainda não há uma data oficial. A decisão depende da assinatura do decreto pelo governador Cláudio Castro e dos ajustes operacionais necessários.
Impacto esperado na mobilidade urbana do Rio de Janeiro
Se confirmada, a redução das tarifas poderá provocar um aumento significativo na demanda diária:
- Metrô: de 650 mil para 900 mil passageiros
- Trens: de 358 mil para 600 mil passageiros
O governo também prevê a compra de 40 novos trens e 10 composições para o metrô, visando mitigar os impactos da superlotação.
Desafio: melhoria dos serviços no trem e no metrô
Apesar do apelo popular, especialistas alertam que a redução tarifária não resolve sozinha os problemas estruturais. Segundo pesquisa da FGV Transportes, 40% dos usuários do Rio consideram a mobilidade ruim ou péssima, dando nota média de apenas 4,6 (numa escala de 0 a 10).
O diretor da FGV Transportes, Marcus Quintela, reforça que, com aumento de demanda, é crucial investir na oferta de transporte:
“Se não houver aumento na quantidade de trens e redução no intervalo, o sistema pode entrar em colapso”, alerta.
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