Governo da Argentina fixa aumento de 30% no Salário Mínimo
Na terça-feira (20), o porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, anunciou um aumento de 30% no salário mínimo entre fevereiro e março, em meio a um impasse nas negociações entre governo, câmaras empresariais e sindicatos. A falta de acordo durante a reunião do Conselho do Salário Mínimo levou o governo a intervir e definir […]

Na terça-feira (20), o porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, anunciou um aumento de 30% no salário mínimo entre fevereiro e março, em meio a um impasse nas negociações entre governo, câmaras empresariais e sindicatos. A falta de acordo durante a reunião do Conselho do Salário Mínimo levou o governo a intervir e definir o novo valor, uma medida inicialmente rejeitada pelo presidente Javier Milei.
Os novos valores estipulados são de 180 mil pesos para fevereiro (equivalente a US$ 204 ou R$ 1.007 na taxa oficial de câmbio), representando um aumento de 15% em relação ao salário atual, e 202,8 mil pesos para março (equivalente a US$ 230 ou R$ 1.136), um incremento de 30%.
O ministro da Economia, Luis Caputo, já havia antecipado essa medida em uma entrevista televisiva na segunda-feira (19). No entanto, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal central sindical argentina, criticou a postura do governo, acusando-o de quebrar a tradição de diálogo social tripartite.
As tensões sociais no país se intensificaram devido à crescente pobreza, que atinge 57% da população, de acordo com dados do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). Esta é a taxa mais alta de pobreza registrada nos últimos 22 anos.
Em meio a esse cenário, sindicatos planejam greves e paralisações. O sindicato ferroviário anunciou uma greve nacional para quarta-feira (21), enquanto a federação dos trabalhadores da saúde convocou uma paralisação para quinta-feira (22). Além disso, quatro sindicatos de professores planejam medidas semelhantes para o início das aulas nas próximas semanas.