No mês de setembro, as finanças do governo central deram um respiro positivo, revertendo quatro meses consecutivos de déficit. O superávit primário, que representa a diferença entre as receitas e as despesas, alcançou R$ 11,548 bilhões, marcando um contraste notável com o déficit de R$ 26,350 bilhões registrado em agosto.

O resultado abrange as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central e apresenta-se como o melhor desempenho nominal para o mês desde 2010, quando foi registrado um superávit de R$ 25,946 bilhões em termos nominais. Em comparação com setembro de 2022, houve um aumento, visto que naquele período o resultado foi de R$ 10,936 bilhões.

O superávit de setembro superou as expectativas do mercado financeiro, que previa um saldo positivo de R$ 10,505 bilhões, de acordo com o levantamento do Projeções Broadcast. Esse dado ficou dentro do intervalo das estimativas, que variavam de um déficit de R$ 8,90 bilhões a um superávit de R$ 13,70 bilhões.

No acumulado do ano até setembro, o Governo Central registrou um déficit de R$ 93,376 bilhões, o pior resultado desde 2020, quando no mesmo período o resultado era positivo em R$ 33,822 bilhões.

Em setembro, as receitas apresentaram um aumento real de 7,7% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, embora no acumulado do ano tenham registrado uma queda de 4,4%. Já as despesas subiram 11,5% em setembro, considerando a inflação, e no acumulado de 2023, a variação foi positiva em 5,2%.

No período de 12 meses até setembro, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 71,4 bilhões, equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta fiscal ajustada para 2023 prevê um rombo primário de até R$ 216,4 bilhões.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado em setembro, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um déficit de R$ 141,4 bilhões nas contas deste ano, representando 1,3% do PIB. A equipe técnica da Fazenda tem mantido a meta de um déficit de 1,0% do PIB para o governo em 2023.