Polícia Federal indicia Bolsonaro e mais 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado
A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, Augusto Heleno e mais 34 pessoas pelos crimes de golpe de estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, após as invasões de 8 de janeiro.

A Polícia Federal do Brasil indiciou, nesta terça-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e mais 34 pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro. Os indiciamentos ocorrem após investigações que apontam uma tentativa orquestrada de desestabilizar a democracia e as instituições do país. Bolsonaro e os demais acusados são formalmente responsabilizados por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O indiciamento de Bolsonaro e dos outros acusados está diretamente relacionado aos ataques de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e destruíram prédios dos Três Poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). Durante esses ataques, vários veículos oficiais foram queimados, bens públicos foram depredados e os atos visavam invalidar o processo democrático eleitoral, contestando os resultados das eleições de 2022.
A Polícia Federal, após semanas de investigação, concluiu que Bolsonaro e outras figuras de seu governo tiveram um papel ativo na organização, incitação e apoio aos ataques. A investigação aponta para uma tentativa deliberada de minar a autoridade do governo eleito, com a intenção de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As ações foram definidas como uma tentativa de golpe de Estado, com o uso de uma organização criminosa para promover a violência política e ameaçar a democracia.
A investigação revelou que as invasões dos prédios dos Três Poderes não ocorreram por acaso. A Polícia Federal apontou que houve um planejamento prévio, incluindo a mobilização de manifestantes contrários ao resultado eleitoral de 2022. As investigações revelaram que o ex-presidente Bolsonaro, em discursos e atitudes, não apenas incentivou os protestos, mas também manteve um discurso de contestação à legitimidade da eleição.
Entre os indicados também estão aliados de Bolsonaro no Congresso, como deputados e senadores que se aliaram à causa golpista, além de figuras militares e outras lideranças que atuaram na organização dos atos violentos. As autoridades também apontam para uma rede de financiadores e organizadores, alguns dos quais eram ligados ao governo de Bolsonaro.