O banco Goldman Sachs revisou seu preço-alvo para as ações da XP (BVMF:XPBR31), ajustando a estimativa de US$13 para US$14 após os resultados do quarto trimestre de 2024. Embora a recomendação para as ações continue neutra, a revisão reflete a análise mais detalhada dos resultados financeiros e das perspectivas da corretora para os próximos anos.

Revisão do preço-alvo e projeções de câmbio

A revisão no preço-alvo das ações da XP ocorre após o Goldman Sachs ajustar suas projeções de câmbio, agora projetando R$5,68 por dólar, em comparação com a estimativa anterior de R$5,95. A alteração na taxa de câmbio tem impacto direto nas projeções de receitas e lucros da XP, já que a corretora possui uma parte significativa de suas operações atrelada ao mercado externo. Essa revisão de câmbio é uma das principais razões para o aumento do preço-alvo das ações.

Os analistas do Goldman Sachs mantiveram praticamente as mesmas projeções de receita para a XP até 2026, mas ajustaram suas estimativas para diferentes segmentos de receita. As receitas institucionais, serviços a emitentes e empresariais foram revistas para baixo, enquanto outras fontes de receita apresentaram revisões positivas, principalmente devido à recuperação de um evento único no terceiro trimestre de 2024.

Revisão de lucros e expectativas para os próximos anos

Além da revisão do preço-alvo, o Goldman Sachs também fez ajustes nas projeções de lucro líquido para os próximos anos. As estimativas para 2025 e 2026 foram aumentadas em 1%, impulsionadas pela expectativa de uma menor taxa de imposto de renda. Contudo, essas projeções estão 2% abaixo do consenso de mercado para 2025 e 3% inferiores à expectativa geral para 2026.

Esse ajuste nas projeções de lucro reflete o impacto de diferentes variáveis econômicas, como as condições fiscais e a performance dos mercados financeiros, que influenciam diretamente os resultados da XP.

Desempenho do 4T24

O desempenho da XP no quarto trimestre de 2024 foi considerado em linha com as expectativas do Goldman Sachs, embora o lucro tenha ficado 2% abaixo do previsto. No entanto, o lucro antes dos impostos apresentou um aumento trimestral, indicando uma leve recuperação das receitas e uma expansão modesta da margem operacional.

As receitas no quarto trimestre foram impulsionadas principalmente pelo setor de varejo, serviços de emissor e corporativo. No entanto, as receitas institucionais apresentaram uma leve queda, o que impactou o desempenho geral da empresa. Por outro lado, outras fontes de receita cresceram significativamente, compensando uma queda observada no terceiro trimestre.

Análise dos resultados e expectativas para o futuro

Os analistas do Goldman Sachs, Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, destacaram que as entradas líquidas da XP foram praticamente em linha com as expectativas do mercado, totalizando R$ 25 bilhões. Esse desempenho é considerado positivo, principalmente em um cenário de volatilidade econômica, onde as corretoras enfrentam desafios para manter a estabilidade das receitas.

A XP segue focada em diversificar suas fontes de receita, com destaque para a expansão dos serviços aos emissores e corporativos, além da aposta na recuperação das receitas institucionais. A expectativa é que, nos próximos trimestres, a corretora consiga recuperar parte da queda observada nas receitas institucionais, o que ajudaria a impulsionar o desempenho geral.