Metade dos brasileiros foi vítima de fraude em 2024; cartão de crédito lidera os golpes
Em 2024, o Relatório de Identidade e Fraude da Serasa Experian revelou que mais de 50% da população brasileira foi vítima de algum tipo de fraude.
Metade dos brasileiros foi vítima de fraude em 2024; cartão de crédito lidera os golpes
Em 2024, mais da metade da população brasileira (51%) foi vítima de algum tipo de fraude, segundo o Relatório de Identidade e Fraude 2025 da Serasa Experian. Dentre os diversos golpes aplicados, o uso indevido de cartões de crédito foi o mais recorrente, afetando quase metade dos entrevistados. O estudo, divulgado nesta terça-feira (25), revela não apenas a frequência dessas fraudes, mas também o impacto financeiro para as vítimas, com prejuízos significativos, principalmente entre R$ 100 e R$ 1 mil.
O que é fraude e como ela afeta os brasileiros?
A fraude, no contexto deste relatório, é qualquer ato criminoso que visa o roubo de dados ou recursos financeiros, seja através de transações digitais ou métodos tradicionais, como o uso indevido de documentos. Em 2024, o uso de cartões de crédito foi o golpe mais comum, com 47,9% dos entrevistados relatando que foram vítimas desse tipo de fraude. Esse índice elevado mostra como os criminosos se aproveitam das vulnerabilidades dos sistemas financeiros digitais, que, apesar de avanços em segurança, ainda são alvo de ataques sofisticados.
O relatório da Serasa Experian não apenas aponta o aumento das fraudes, mas também analisa o impacto financeiro das vítimas. De acordo com os dados, 54,2% das pessoas que sofreram fraudes tiveram prejuízos financeiros. A maior parte dos entrevistados perdeu entre R$ 100 e R$ 500 (35,5%), enquanto 12,9% ficaram com um rombo de R$ 500 a R$ 1 mil.
Fraudes comuns no Brasil: cartões de crédito e outras ameaças
Dentre os tipos de fraudes mais comuns no Brasil em 2024, o uso indevido de cartões de crédito se destaca. No entanto, outros golpes também são frequentes, como a falsificação de boletos bancários, transações fraudulentas via Pix e ataques de phishing. O phishing, uma fraude em que criminosos se passam por empresas legítimas para roubar dados, afetou 21,6% dos entrevistados. Já o uso indevido do Pix, uma plataforma de pagamento instantâneo, foi citado por 32,8% das vítimas.
Essa variedade de fraudes destaca a sofisticação dos criminosos, que utilizam desde técnicas simples até recursos avançados, como inteligência artificial e deepfakes, para enganar as vítimas. Isso levanta a questão sobre a importância da segurança digital e como os consumidores podem se proteger contra esse crescente problema.
Aumento do uso de tecnologia para prevenção e fraude
A Serasa Experian também observa que a tecnologia tem sido tanto uma aliada na proteção quanto uma ferramenta usada pelos criminosos. Um exemplo disso é o uso de biometria facial, que teve um aumento considerável de 59% para 67% em 2024. A maior parte dos entrevistados (71,8%) se sente mais segura ao utilizar esse recurso. No entanto, a mesma tecnologia também é empregada por fraudadores, que, com o auxílio de inteligência artificial (IA), conseguem criar perfis falsos altamente realistas, dificultando as verificações de identidade e tornando os ataques mais convincentes.
Além disso, as deepfakes, que combinam IA para criar vídeos falsos com rostos e vozes manipuladas, são cada vez mais usadas para gerar fraudes sofisticadas, imitando comunicações legítimas de empresas.
O que fazer para evitar fraudes?
Com o aumento das fraudes e o uso cada vez mais sofisticado de tecnologias, é crucial que os consumidores adotem práticas mais rigorosas de segurança digital. Isso inclui a utilização de autenticações fortes, como biometria facial e autenticação de dois fatores, além de desconfiar de ofertas e mensagens suspeitas. Ao compartilhar dados pessoais, como em compras online ou ao abrir contas bancárias, é importante certificar-se da segurança do site e do destinatário da informação.
Além disso, as autoridades e instituições financeiras têm se unido para combater esse problema crescente. Em 2024, o Ministério da Justiça e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançaram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais, que visa não apenas prevenir, mas também reprimir os crimes digitais.
Impactos nas vítimas de fraude
O estudo também revelou que, embora homens e mulheres sejam igualmente suscetíveis a fraudes, a taxa de vítimas é ligeiramente superior entre os homens (52,5%) em comparação com as mulheres (49,3%). A idade também é um fator relevante: a pesquisa mostrou que a probabilidade de ser vítima de fraude aumenta com a idade. Entre os jovens de 18 a 29 anos, 40,8% relataram ter sido vítimas, enquanto o índice sobe para 51,9% entre os de 30 a 49 anos e chega a 57,8% entre os maiores de 50 anos.