As cotas do Fundo de Investimento Imobiliário (FII) Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) enfrentaram uma significativa desvalorização de cerca de 20% em outubro, refletindo uma forte queda na sessão desta quinta-feira (24). A situação se agravou após a Defesa Civil interditar parcialmente um galpão localizado em Contagem, Minas Gerais, que está locado para os Correios, representando 46% da área bruta locável (ABL) do fundo. A interdição levanta preocupações sobre os impactos financeiros e operacionais para o fundo e seus investidores.

Na última semana, a equipe de gestão do TRBL11 divulgou informações sobre a interdição do galpão, onde foi identificado um afundamento de parte do aterro. Isso resultou no surgimento de trincas e abertura de juntas de dilatação na parte administrativa do centro logístico. Os gestores asseguraram que o problema não afeta a estrutura principal do imóvel e que não há risco de colapso. “A área total interditada representa aproximadamente 6% da área bruta locável do imóvel e não impede a utilização do restante do centro logístico pela locatária”, afirmaram os gestores.

A interdição parcial é uma preocupação, pois o galpão representa uma parte significativa da receita do fundo, sendo vital para a operação do Correios. Embora a interdição se aplique a uma pequena área, a decisão pode influenciar a receita do fundo, especialmente se o locatário não puder operar conforme o planejado.

A interdição ocorreu na cidade de Contagem, em Minas Gerais, um local estratégico para operações logísticas, devido à sua proximidade com centros de distribuição e acesso a rodovias importantes. A Defesa Civil tomou a medida após constatar problemas estruturais que exigem atenção imediata, destacando a importância da manutenção e monitoramento contínuo das instalações.

O comunicado da equipe de gestão do TRBL11 foi feito na semana passada, mas a situação se tornou mais urgente na quinta-feira (24), quando as cotas começaram a refletir o impacto da interdição, resultando em uma queda acentuada nas negociações.

Apesar da interdição ser parcial, a gestão do TRBL11 confirmou que o Correios suspendeu integralmente as atividades no galpão. “Ainda não recebemos qualquer posicionamento do locatário neste sentido, porém temos laudos técnicos que comprovam que a operação pode ser exercida nos espaços não interditados”, afirmou a equipe de gestão em comunicado ao mercado.

A suspensão das atividades pode ter implicações financeiras significativas para o fundo. O Correios, sendo um inquilino crucial, representa uma parte considerável da receita do TRBL11. Assim, a ausência de operações pode resultar em uma redução nos recebimentos, dependendo das cláusulas do contrato de locação.

A possibilidade de impacto nos dividendos do fundo é uma preocupação expressa pelos gestores. Embora o fundo tenha afirmado que “não é possível precisar o impacto em reais no resultado do fundo” devido à falta de informações concretas, a situação pode levar a uma redução na receita imobiliária. Se o locatário não puder retomar as atividades e não houver pagamento do aluguel, o fundo pode enfrentar um impacto direto em sua distribuição de rendimentos.

Além disso, a gestão ressaltou que o fundo poderia ter um aumento nas despesas iniciais relacionadas ao reparo do galpão, o que também poderia afetar a rentabilidade. “É possível que haja um impacto tanto na receita imobiliária quanto na linha de despesas em um primeiro momento”, afirmaram os gestores.

Os gestores do TRBL11 estão aguardando confirmações de ordens de engenharia e comunicação dos órgãos competentes para dar início às obras de reparo. A previsão é que a reforma leve pelo menos dois meses para ser concluída. “Em uma estimativa preliminar, serão necessários cerca de 60 dias de execução de obra a partir da conclusão do estudo de engenharia e da comunicação perante a prefeitura”, afirmaram os gestores.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.