O Banco da Amazônia (BAZA3) está preparando uma estratégia ambiciosa para transformar a COP30, marcada para acontecer em Belém, no Pará, em uma vitrine de negócios e captação de recursos. A instituição pretende aproveitar o evento internacional para fortalecer sua presença no mercado financeiro, ampliar fontes de financiamento e consolidar seu papel como principal agente de desenvolvimento da região Norte.

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COP30 como vitrine para captação de recursos

A COP30 será, segundo a direção do Banco da Amazônia (BAZA3), a oportunidade ideal para atrair novos investidores e parcerias internacionais. Nos últimos meses, o banco já captou US$ 100 milhões junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e está em fase final de negociação com o Banco Mundial para levantar mais US$ 100 milhões.

Esse movimento é estratégico porque os recursos tradicionais do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) costumam se esgotar rapidamente, muitas vezes ainda no primeiro semestre. Ao diversificar as fontes de funding, a instituição ganha maior fôlego para manter o ritmo de expansão.

Programa de Transformação e metas de crescimento

Em 2025, o Banco da Amazônia (BAZA3) vive a maior transformação de sua história. Com o chamado Programa de Transformação, a instituição busca gerar R$ 200 milhões em novas receitas e conquistar 350 mil clientes adicionais até o fim do ano.

Os resultados já começaram a aparecer. No primeiro semestre, a receita do banco cresceu 19%, alcançando R$ 4,5 bilhões, enquanto o número de clientes avançou 9%, totalizando 1,2 milhão de correntistas. A carteira de crédito chegou a R$ 62,8 bilhões, alta de 20,3% em 12 meses, com desembolsos próximos a R$ 13 bilhões.

Sustentabilidade e impacto social no crédito

Uma das marcas da expansão é a preocupação em aliar crescimento econômico com responsabilidade socioambiental. Desse total liberado, R$ 8,3 bilhões foram destinados a municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), financiando infraestrutura, agricultura familiar, serviços e indústria. Outros R$ 5,6 bilhões foram aplicados em linhas verdes, que priorizam projetos sustentáveis e oferecem condições diferenciadas de juros.

Segundo o presidente do banco, Luiz Lessa, a demanda internacional por investimentos na Amazônia cresce, mas o grande desafio é transformar as intenções em projetos viáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Agro e infraestrutura impulsionam a região Norte

O Banco da Amazônia (BAZA3) tem acompanhado de perto o avanço da economia do Norte, puxada principalmente pelo agronegócio e pela infraestrutura logística. Hoje, mais de 50% do milho e cerca de 40% da soja produzidos no Brasil já são escoados pelos portos do Norte, como Itaqui e os portos do Amazonas.

Esse movimento tem estimulado investimentos em agroindústria, plantas de esmagamento de soja e usinas de etanol de milho, criando uma cadeia produtiva que gera empregos, demanda logística e novos serviços.

No setor de energia, o banco foi cofinanciador do penúltimo trecho de interligação elétrica entre Parintins e Manaus e agora participa do financiamento da linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista, etapa final para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional. Esse tipo de investimento tem impacto direto também para pequenos produtores rurais, que passam a contar com infraestrutura elétrica para processar e armazenar seus produtos.

Oportunidades estratégicas e desafios

Além do agronegócio e da energia, outras oportunidades estão no radar do banco, como a exploração da Foz do Amazonas e a expansão do Sistema Norte da Vale (VALE3). Apesar de o primeiro tema ser sensível por questões ambientais, a instituição avalia que esses projetos podem atrair grandes volumes de capital.

Ainda assim, o presidente Luiz Lessa reforça que o banco será rígido ao apoiar apenas iniciativas com alto grau socioambiental, de modo a não comprometer sua estratégia de posicionamento sustentável.

Novos produtos e inovação no portfólio

A modernização da instituição também passa pelo lançamento de novos produtos. No primeiro semestre, o Banco da Amazônia (BAZA3) estreou no segmento de consórcios e na área de adquirência. Para os próximos meses, está previsto o lançamento de um cartão de crédito, que poderá incluir cashback atrelado a ações de sustentabilidade, como o financiamento de reflorestamento ou preservação ambiental.

O banco também prepara a entrada no setor digital, com o lançamento de sua própria plataforma em 2026. A proposta, segundo Lessa, não é disputar espaço diretamente com grandes bancos de varejo como Itaú ou Bradesco, mas oferecer soluções que façam sentido para a realidade da Amazônia e mantenham ligação direta com a agenda sustentável.

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