Na quarta-feira (14), um erro de digitação nas projeções financeiras da Lyft (NASDAQ: LYFT), principal concorrente da Uber no setor de transporte por aplicativo, gerou instabilidade no mercado de ações.

Inicialmente, a Lyft divulgou incorretamente que uma de suas métricas de margem financeira deveria aumentar em 500 pontos-base durante o ano. No entanto, a informação foi posteriormente corrigida para um aumento de apenas 50 pontos-base.

O equívoco na divulgação dos resultados resultou em um breve aumento de 67% nas ações da empresa, que logo perderam a maior parte dos ganhos após a retificação. Para esclarecer a situação, a diretora financeira, Erin Brewer, teve que fornecer explicações detalhadas em uma teleconferência com analistas.

Apesar do contratempo, as ações da Lyft atingiram o seu pico em um ano, apresentando um aumento de aproximadamente 30% no dia, impulsionadas não só por um resultado trimestral sólido, mas também por uma perspectiva positiva para o futuro da empresa.

Além de reportar melhorias na lucratividade e prever um fluxo de caixa livre positivo pela primeira vez em 2024, a companhia anunciou uma redução de despesas em 12% no ano de 2023, superando as expectativas médias de Wall Street. Ademais, a Lyft conseguiu manter a sua participação de mercado intacta frente à competição acirrada com a Uber.

De acordo com especialistas consultados pela Reuters, todos esses indicadores sugerem que a empresa está emergindo de um período de alguns anos difíceis. Contudo, permanece incerto se a Lyft enfrentará responsabilidade legal pelo incidente em seu balanço.

O erro resultou em um volume de cerca de 48 milhões de ações negociadas no pós-mercado norte-americano na terça-feira (13), mais que o triplo do volume diário médio na sessão regular do mercado de ações.

“Como o erro está relacionado a uma projeção, é provável que a responsabilidade sob as regulamentações de valores mobiliários não se aplique, a menos que possa ser provado que foi feito com conhecimento de que estava errado ou com alguma intenção de enganar,” afirmou Bobby Reddy, professor de direito societário e governança na Universidade de Cambridge.

Entretanto, Reddy acrescentou que alguns investidores podem explorar “os limites da teoria legal sob outras perspectivas, potencialmente com o objetivo de buscar acordos.”