Embraer almeja faturar US$ 10 bi até 2030
A Embraer anunciou um ambicioso plano de atingir US$ 10 bilhões em faturamento até 2030, com foco em inovações no setor de aviação comercial, expansão global, e novos contratos de defesa.

A Embraer (EMBR3) anunciou um plano audacioso de alcançar US$ 10 bilhões em faturamento até 2030, sem incluir a Eve Air Mobility. O crescimento esperado para os próximos anos será impulsionado por inovações tecnológicas, expansão global e um foco em práticas de ESG (ambiental, social e governança). Essa meta representa um salto significativo em relação aos US$ 6,4 bilhões projetados para este ano e reflete a confiança da empresa em suas divisões de aviação comercial, executiva e de defesa.
A visão da Embraer para os próximos anos é centrada em uma série de avanços operacionais e tecnológicos. Em um evento realizado em Nova York, durante o Investor Day 2024, o CEO Francisco Gomes Neto compartilhou as perspectivas de crescimento da companhia. De acordo com a Embraer, a combinação de eficiência operacional, inovação e uma sólida base de clientes é a chave para atingir sua meta financeira de longo prazo.
A Embraer tem se destacado no segmento de aviação comercial com seu modelo E2, que oferece vantagens competitivas claras em relação aos concorrentes Airbus e Boeing. O E2, por exemplo, é mais leve e menos propenso a problemas técnicos comuns nos motores GTF, utilizados por suas rivais. A empresa também planeja aumentar significativamente sua presença nos Estados Unidos e expandir para mercados promissores como a China e a Índia. A demanda pelo jato E175-E1, especialmente nas regiões mencionadas, é um indicativo de que a Embraer está bem posicionada para crescer.
Outro segmento chave para a Embraer é a aviação executiva. A demanda por jatos privados segue forte, com uma crescente procura por clientes mais jovens, especialmente após a pandemia. Analistas destacam que a Embraer está bem posicionada para aproveitar essa tendência, especialmente com o lançamento de novas aeronaves e melhorias nos serviços oferecidos.
No setor de defesa e segurança, a Embraer se prepara para aproveitar contratos futuros com organizações como a OTAN e as Forças Armadas dos Estados Unidos. O C-390 Millennium, cargueiro da empresa, continua sendo uma peça-chave nesse processo. A Embraer espera entregar um número significativo de unidades nos próximos anos, aproveitando sua versatilidade e custos operacionais reduzidos como diferenciais. Com uma produção que está esgotada até 2027, as perspectivas para a divisão de defesa são otimistas.
A Embraer tem atualmente um backlog de pedidos de US$ 22,7 bilhões, o maior dos últimos nove anos. Esse número não apenas reforça a solidez da empresa, mas também justifica a visão positiva de analistas sobre o futuro da companhia. A expectativa de retorno sobre o capital investido (ROIC) superior ao custo de capital demonstra a capacidade da Embraer de gerar valor para seus acionistas. Empresas como o Bradesco BBI e o Itaú BBA mantêm recomendações positivas para as ações da Embraer, com preço-alvo de US$ 43 até o final de 2025, apontando para uma sólida perspectiva de crescimento.
Além disso, o JP Morgan destaca que a Embraer está negociando com um desconto de aproximadamente 30% em comparação com suas concorrentes, o que torna as ações da empresa uma oportunidade atraente para investidores que buscam valorização no longo prazo. O backlog de US$ 22,7 bilhões e a boa gestão da cadeia de suprimentos também são fatores positivos que contribuem para um aumento no valuation da empresa.