Embraer anuncia marco histórico nos EUA com venda de jatos E2
A Embraer anunciou seu novo marco nos EUA ao fechar a primeira venda da família E2 para a Avelo Airlines, com pedido firme de 50 jatos E195-E2 e opções para mais 50.
                                            Foto: Divulgação 
                                        
                    A Embraer (EMBR3) atingiu um novo marco nos Estados Unidos ao fechar sua primeira venda da família E2 para uma companhia aérea norte-americana. O anúncio, feito nesta quarta-feira (10), marca um momento estratégico para a fabricante brasileira, consolidando sua presença no maior mercado mundial de aviação. Apesar do potencial positivo da notícia, as ações da Embraer fecharam em queda de 1,60%, após atingirem máximas históricas durante o pregão.
O negócio com a Avelo Airlines inclui um pedido firme de 50 jatos E195-E2, com direitos de compra para mais 50 unidades, totalizando um valor de tabela de US$ 4,4 bilhões, sem contar os direitos de compra. Este pedido representa a primeira vez que a família E2 será operada por uma companhia aérea nos EUA, um passo considerado crucial para o crescimento da Embraer na América do Norte.
Novo marco nos EUA: o que muda para a Embraer
O anúncio do novo marco da Embraer nos EUA chega após semanas de grande especulação no mercado financeiro. Investidores esperavam grandes acordos, como redução de tarifas de importação aeroespacial ou novos investimentos estratégicos. Embora a notícia tenha ficado abaixo das expectativas mais otimistas, especialistas destacam o caráter histórico do acordo.
Segundo o presidente da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, “é o primeiro E2 encomendado por uma operadora americana, e por isso marca um grande momento para a Embraer”. A operação reforça a competitividade da empresa, demonstrando que a tarifa de importação de 10% aplicada atualmente não impede a venda das aeronaves nos EUA.
Além disso, o pedido da Avelo abre portas para o E2 em um mercado com grande potencial: a Embraer projeta 2.680 aeronaves de até 150 assentos na América do Norte até 2044, confirmando a relevância estratégica da região para a companhia.
Reação do mercado e análise dos analistas
Apesar do anúncio positivo, as ações da Embraer fecharam em queda. Isso ocorreu porque o mercado já havia antecipado o impacto da notícia, com os papéis subindo cerca de 5% nos dias anteriores ao anúncio.
Para analistas do Itaú BBA, o acordo traz otimismo adicional, pois aumenta a carteira de pedidos da Embraer em cerca de 7%, elevando o total próximo de US$ 30 bilhões. O banco mantém a fabricante como uma de suas principais escolhas no setor, destacando o potencial de novos negócios e a continuidade do crescimento do E2.
O Bradesco BBI reforça que a venda é um marco histórico, estimando que o pedido firme tenha um Valor Presente Líquido (VPL) de US$ 2,10 por ADR, ou cerca de 3,5% do preço de fechamento recente das ações. Já o JPMorgan observa que a entrada do E2 em um novo mercado reduz os riscos da aviação comercial da Embraer e destaca que este é o maior pedido da família E2 já registrado.
Contexto e importância estratégica do E2
O E2 é a linha de aeronaves mais moderna da Embraer e começou a operar em 2018, com a entrega inicial para a norueguesa Wideroe. Na América do Norte, a Embraer já teve sucesso com a Porter Airlines, que recebeu 44 E2s até o segundo trimestre de 2025, com 31 unidades ainda a serem entregues.
O sucesso do E2 é fundamental para que a Embraer alcance sua meta de entregar 110 jatos por ano até 2030, garantindo a modernização e expansão de sua frota internacional. O acordo com a Avelo demonstra que a empresa continua competitiva frente a tarifas de importação e reforça a estratégia de expansão comercial da Embraer nos EUA.
Além disso, futuros desenvolvimentos, como possíveis reduções de tarifas e pedidos do KC-390 da Força Aérea dos EUA, podem servir como gatilhos adicionais para valorizar ainda mais as ações da empresa.
Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: