As ações da Embraer (EMBR3) tiveram uma forte valorização de 3,17%, atingindo R$ 64,72 às 14h20 (horário de Brasília), impulsionadas por uma recente decisão da China que afeta diretamente a gigante norte-americana Boeing. Esse movimento surge como uma resposta à política tarifária dos Estados Unidos, e pode abrir novas oportunidades para a fabricante brasileira de aeronaves. Neste artigo, vamos entender o impacto dessa decisão no mercado e nas perspectivas da Embraer.

A retaliação da China à Boeing

Na última semana, a China decidiu tomar medidas contra a Boeing, proibindo suas companhias aéreas de aceitar novos jatos da fabricante norte-americana. Essa ação foi uma represália direta à decisão do presidente dos Estados Unidos, que impôs tarifas de 145% sobre produtos importados da China, em um contexto de escalada na guerra comercial entre os dois países.

A retaliação tem como objetivo pressionar os EUA a recuar em sua política tarifária, afetando diretamente setores estratégicos como o da aviação. O impacto dessa decisão foi imediato, com a Embraer, que compete diretamente com a Boeing no mercado de aeronaves regionais, sendo uma das grandes beneficiadas, ao ganhar espaço para suas vendas.

Como essa decisão afeta o mercado de aviação?

Com a suspensão das compras de aeronaves Boeing, as companhias aéreas chinesas, que são grandes compradoras de aeronaves, precisam buscar alternativas para atender às suas demandas. Esse cenário cria uma janela de oportunidade para empresas como a Embraer, que já fornecem aeronaves menores, mais adequadas às necessidades das rotas regionais chinesas. Além disso, a suspensão também afeta a manutenção dos jatos já em operação no país, já que a China proibiu também a compra de peças e componentes de empresas dos Estados Unidos.

A Embraer, com sua expertise no desenvolvimento de aeronaves regionais, tem a chance de expandir sua presença no mercado chinês, com menos competição direta da Boeing. Essa mudança pode fortalecer a Embraer não apenas na China, mas também em outras regiões onde a demanda por jatos regionais cresce.

O impacto na economia e no mercado de ações

No mercado de ações, as notícias sobre a decisão da China geraram uma reação positiva para as ações da Embraer. Os papéis da companhia brasileira, que já vinham se valorizando, ganharam mais fôlego com o anúncio de que a Embraer poderia se beneficiar diretamente da queda nas vendas da Boeing. Esse tipo de movimentação está alinhado com o comportamento do mercado em tempos de incerteza comercial, onde investidores buscam alternativas mais seguras.

No caso da Embraer (EMBR3), a valorização observada nos últimos dias demonstra que os investidores acreditam no potencial da empresa para conquistar novos contratos, não apenas na China, mas em outras partes do mundo. Além disso, a expectativa é que a Embraer possa diversificar ainda mais seus mercados, aproveitando o vácuo deixado pela Boeing, que terá dificuldades para negociar suas aeronaves no país asiático.

O contexto da guerra comercial EUA-China

A decisão da China é apenas um novo capítulo na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que já está em andamento há algum tempo. Com a imposição de tarifas pesadas por parte dos EUA, a China respondeu de forma estratégica, buscando não apenas pressionar a economia americana, mas também proteger sua indústria e suas empresas de grandes rivais, como a Boeing.

O setor de aviação é um dos mais sensíveis às mudanças nas políticas tarifárias. Aeronaves e seus componentes são produtos de alto valor, e qualquer aumento no custo das importações pode afetar significativamente a competitividade das empresas que atuam no setor. Nesse sentido, a Embraer se posiciona como uma alternativa mais competitiva, especialmente em mercados emergentes e em crescimento, como o da China.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.