Dólar sobe à espera do CPI dos EUA e decisões de juros

A moeda norte-americana avança frente ao real e a outras divisas enquanto mercado aguarda CPI dos Estados Unidos e possível corte de juros no Reino Unido.

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Última atualização:  18 de dez, 2025 às 11:13
Exame detalhado de uma nota de dólar de cem dólares usando uma lupa, destacando a imagem de Benjamin Franklin, referência em dinheiro e investimento. Imagem: Envato Elements

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (17) e caminha para a quarta sessão consecutiva de ganhos, refletindo a cautela dos investidores diante da divulgação de novos indicadores da economia dos Estados Unidos e de decisões de política monetária no cenário internacional.

Por volta das 13h59, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,525, em valorização de 0,53% em relação ao fechamento anterior.

Expectativa pelo CPI dos EUA

O mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, prevista para quinta-feira (18), indicador considerado fundamental para calibrar as apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Atualmente, os investidores precificam 77,9% de chance de manutenção dos juros na faixa entre 3,50% e 3,75% na próxima reunião, enquanto a probabilidade de um corte de 25 pontos-base é estimada em 22,1%. Esse cenário reforça o movimento de fortalecimento do dólar frente a diversas moedas globais.

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Dólar avança frente à divisas globais

Além do real, a moeda norte-americana também registra ganhos consistentes frente à libra esterlina, ao euro e ao iene, em meio à expectativa de que o Banco da Inglaterra anuncie um corte de juros já nesta quinta-feira, como resposta à desaceleração da inflação no Reino Unido.

A perspectiva de afrouxamento monetário em economias desenvolvidas tende a favorecer o dólar, considerado um ativo de proteção em momentos de maior incerteza.

Cenário político e fiscal brasileiro

No Brasil, os investidores acompanham as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reúne com ministros em Brasília. Em discurso, Lula afirmou que 2026 será um “ano da verdade”, sinalizando um ambiente político mais sensível à medida que o calendário eleitoral se aproxima.

No campo fiscal, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que reduz em 10% os benefícios fiscais federais e eleva a tributação sobre bets e fintechs, como parte do esforço do governo para reforçar o Orçamento de 2026.

Medidas fiscais podem gerar impacto bilionário em 2026

De acordo com estimativas técnicas da Câmara, o conjunto de medidas aprovadas pode gerar um impacto de R$ 22,45 bilhões já em 2026. O objetivo é garantir o cumprimento da meta fiscal, que prevê um superávit primário de 0,25% do PIB no próximo ano.

Essas discussões fiscais também influenciam o comportamento do câmbio, especialmente em momentos de maior sensibilidade do mercado ao risco doméstico.

Tensão entre EUA e Venezuela eleva cautela no exterior

No exterior, o noticiário geopolítico adiciona volatilidade aos mercados. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio a petroleiros da Venezuela, elevando a tensão diplomática entre Washington e Caracas.

Segundo o governo norte-americano, a medida atinge embarcações sancionadas que entram ou saem do país sul-americano. A Venezuela reagiu classificando a decisão como “irracional” e uma “ameaça grotesca”, afirmando que levará o caso à ONU, por suposta violação do Direito Internacional.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com quase 5 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.