Na terça-feira (8), a Polícia Federal lançou uma operação que teve como foco o deputado federal cearense Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, mais conhecido como Júnior Mano (PSB-CE). O objetivo da ação é investigar a atuação de uma organização criminosa que estaria desviando verbas públicas por meio de fraudes em licitações e contratos administrativos em várias cidades do Ceará.

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em locais relacionados ao parlamentar. As investigações indicam que o grupo criminoso direcionava recursos federais para prefeituras específicas, onde parte do dinheiro público teria sido desviada através de contratos com empresas ligadas aos investigados.

Quem é Júnior Mano

Natural de Nova Russas, no interior do estado, Júnior Mano começou sua trajetória política em 2016 como vice-prefeito do município. Em 2018, foi eleito deputado federal com quase 68 mil votos. Em 2022, ele foi reeleito com mais de 216 mil votos, tornando-se o segundo candidato mais votado do Ceará. Atualmente, ele faz parte da Comissão de Saúde e da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional na Câmara dos Deputados. Em uma nota oficial, o parlamentar negou qualquer envolvimento com o esquema investigado e expressou total confiança nas instituições, especialmente na Justiça e na Polícia Federal. “Reitero meu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício responsável da função pública”, declarou. Júnior Mano.

Polêmicas envolvidas

Júnio Mano, que também é empresário e administrador, já se envolveu em outras polêmicas. Em 2024, foi expulso do Partido Liberal (PL) após apoiar publicamente a candidatura de Evandro Leitão (PT) à Prefeitura de Fortaleza, organizando um ato político com a presença de dezenas de prefeitos cearenses.

A esposa do deputado, Giordanna Mano, é prefeita de Nova Russas e também já foi alvo de decisão judicial. Em 2022, ela e seu vice tiveram seus diplomas cassados pelo TRE-CE por abuso de poder político e compra de votos, o que levou à inelegibilidade de ambos por oito anos. No entanto, uma decisão posterior do TSE reverteu a punição, restabelecendo seus direitos políticos.

Segundo a Polícia Federal, os investigados podem responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica com fins eleitorais e captação ilícita de sufrágio. A operação segue em andamento e novas diligências podem ocorrer nos próximos dias.

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