O Corinthians está em discussões avançadas com a Caixa Econômica Federal sobre a venda de uma parcela significativa da Neo Química Arena por meio da Bolsa de Valores. O objetivo do clube é disponibilizar até 49% das cotas do empreendimento, mantendo-se como regulador do estádio.

A iniciativa visa principalmente reduzir os pagamentos de juros à Caixa, que financia a arena corintiana. Somente neste ano, o Corinthians desembolsou R$ 75 milhões à instituição financeira, e até o final de dezembro, enfrentará mais um pagamento de R$ 25 milhões.

Os valores, pagos em parcelas trimestrais, correspondem aos juros referentes ao pagamento do estádio, cujo acordo estabelecido entre Corinthians e Caixa totaliza R$ 611 milhões, com previsão de quitação até 2041.

As parcelas de 2023 e 2024 englobam exclusivamente os juros acumulados durante o período em que o clube não efetuou o pagamento do financiamento da Arena devido a uma disputa judicial que perdurou cinco anos. A amortização do montante principal terá início em 2025.

Em entrevista ao GE, Wesley Melo, diretor financeiro do clube, afirmou: “O Corinthians tem um fundo, que detém 100% da Arena, e esse fundo pode ser disponibilizado no mercado. Alguém pode adquirir 49% desse fundo, se eu quiser vender, e eu gostaria de vender. Se alguém quiser comprar, por favor, nos procure”.

Apesar das longas negociações entre Corinthians e Caixa, com a assessoria da empresa KPMG, a conclusão do acordo pode se estender além do mandato de Duilio Monteiro Alves. Nesse cenário, a próxima administração ficaria responsável por finalizar o processo de venda das cotas da Arena Corinthians na Bolsa de Valores. Os candidatos à presidência do Timão para o próximo triênio são André Negão (situação) e Augusto Melo (oposição).

Wesley Melo destacou os benefícios da operação, explicando: “A grande vantagem é nos livrarmos da dívida com a Caixa. Eu tenho a dívida do clube e o financiamento com a Caixa. Se eu conseguir esse recurso todo e abater ou liquidar toda essa minha dívida com a Caixa, passo a dever apenas para um investidor, pagando a ele o rendimento da aplicação, mas deixando de gastar com despesas de juros. Essa dívida com a Caixa tem despesas de juros mês a mês. Isso estanca. Vou ter um investidor que só vai retirar o investimento dele. É um ganho importante num momento de juros alto que a gente vive”.