A Hapvida (HAPV3) viveu nesta semana o pior tombo desde seu IPO, em 2018: as ações chegaram a despencar 49% em um único pregão, eliminando cerca de R$ 7 bilhões em valor de mercado após a divulgação de resultados fracos do terceiro trimestre.

Em meio ao impacto negativo, a família do CEO Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, controladora da operadora de saúde, e a própria companhia partiram para uma ofensiva de recomposição de confiança e adquiriram R$ 750 milhões em papéis da empresa.

Segundo fontes, a família comprou aproximadamente R$ 250 milhões em ações, enquanto a Hapvida teria adquirido outros R$ 500 milhões em programa próprio de recompra. As operações buscam enviar ao mercado um sinal de convicção no valor de longo prazo da empresa, após a forte correção desencadeada pelos números do trimestre.

Por que as ações HAPV3 caíram?

O balanço da Hapvida frustrou analistas ao apresentar um Ebitda 11% abaixo das estimativas, refletindo despesas médicas elevadas, custos operacionais maiores e crescimento mais fraco do que o esperado. A deterioração dos indicadores levou casas como JPMorgan e Banco do Brasil a rebaixarem a recomendação para HAPV3, destacando um cenário mais desafiador para 2026.

A queda acentuada das ações e o movimento subsequente de compra pelos controladores criam um novo capítulo para a maior operadora de planos de saúde do país, que enfrenta pressão crescente por eficiência, redução de custos e recuperação da rentabilidade. Até o momento, representantes da empresa e da família controladora não comentaram publicamente as operações de aquisição.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.