BRF (BRFS3) é a principal escolha da XP Investimentos no setor de proteínas
A XP Investimentos reafirmou sua recomendação de compra para BRF (BRFS3), com um preço-alvo de R$ 29,20.

A XP Investimentos, uma das principais corretoras do Brasil, reafirmou sua recomendação de compra para as ações da BRF (BRFS3) no setor de proteínas, com um preço-alvo de R$ 29,20. Segundo a corretora, a empresa está em uma posição favorável, com uma avaliação atrativa e um bom momento para crescimento no curto prazo, impulsionado por uma alta expectativa de lucros.
Avaliação positiva da BRF no setor de proteínas
No recente relatório divulgado pela XP Investimentos, a corretora destacou sua preferência por BRF (BRFS3) devido à sua avaliação atrativa e ao posicionamento leve dos investidores na ação. A XP apontou que a BRF apresenta um bom momentum de lucros, o que deve impulsionar um re-rating da ação nos próximos meses.
A avaliação de preço-alvo de R$ 29,20 é fundamentada na sólida perspectiva de crescimento da empresa e nas condições favoráveis do mercado. Desde os resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), quando a companhia registrou um desempenho inferior, as ações da BRF apresentaram uma desvalorização de aproximadamente 32% em relação aos seus pares e cerca de 35% em comparação com o Ibovespa. A queda foi consequência de um de-rating das ações, embora a XP destaque que não houve uma deterioração significativa nos fundamentos da empresa.
Este cenário de queda de preço, segundo a XP, criou uma janela de oportunidade para os investidores, pois o forte momentum de lucros e a atratividade de sua avaliação devem resultar em um re-rating das ações da BRF, tornando-as um bom investimento no setor de proteínas.
O desempenho da BRF após o 4T24 e as expectativas futuras
Após o desempenho abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024, a BRF (BRFS3) enfrentou uma desvalorização acentuada de suas ações, reflexo de um mercado que reagiu negativamente aos resultados. No entanto, a XP Investimentos observa que esse movimento de queda não foi impulsionado por uma deterioração nos fundamentos da empresa, mas sim por um re-rating do mercado, que acabou supervalorizando os impactos de uma temporada mais fraca.
Apesar disso, a corretora vê um potencial de recuperação para as ações da BRF, considerando que a tendência de lucros crescentes no curto prazo deve resultar em uma reavaliação do valor das ações. A XP acredita que o momento atual pode representar uma oportunidade de compra para investidores interessados em atuar no setor de proteínas.
Comparação com a JBS
Outro ponto importante destacado no relatório da XP foi a comparação do valuation da BRF com a JBS (JBSS3). A BRF está atualmente negociada a 4,3 vezes o EV/Ebitda (Valor da Firma/Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para os anos de 2025 e 2026, enquanto a JBS está cotada a 5,1 vezes e 5,5 vezes EV/Ebitda para os mesmos períodos. Isso coloca a BRF em uma posição mais atraente em termos de valuation relativo.
A XP, no entanto, também mantém uma visão positiva sobre a JBS, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 50. A corretora observa que a JBS apresenta um grande potencial de re-rating, especialmente se avançar com uma possível dupla listagem, além de ter fundamentos sólidos para 2025. Apesar disso, a BRF, com seu preço atual, é considerada uma opção mais vantajosa para investidores que buscam uma avaliação mais atrativa no setor de proteínas.
Expectativas para o setor de proteínas
No panorama geral do setor de proteínas, a XP Investimentos prevê uma queda na produção de carne vermelha, tanto no Brasil quanto no mercado global. Este cenário deve resultar em níveis mais elevados de preços. Nesse contexto, a XP acredita que o frango será o vencedor do setor, não apenas no curto prazo, mas ao longo dos próximos três a cinco anos.
A BRF, como um dos principais players do setor de aves, está bem posicionada para se beneficiar dessa tendência de crescimento, com a expectativa de que os preços mais altos da carne vermelha beneficiem o mercado de frango.
Custo do milho
Outro fator importante mencionado pela XP Investimentos foi o impacto dos custos com milho sobre as margens de lucro da BRF e do setor de proteínas em geral. Os preços do milho aumentaram devido a dois fatores principais: a escassez no mercado físico, causada pela alta demanda das usinas de etanol de milho, e preocupações com as condições climáticas.
A XP observa que, embora as condições climáticas atuais não sejam ideais, houve uma melhora gradual em relação ao ano passado. Além disso, os preços do milho ainda refletem um prêmio de risco climático. Caso as condições climáticas melhorem de forma substancial, a XP acredita que os preços do milho podem recuar, o que ajudaria a melhorar as margens de lucro da BRF.
Fatores como o crescimento da área plantada de milho no Brasil e a previsão de uma safra recorde de soja devem contribuir para a queda nos preços do milho. Além disso, a oferta crescente de farelo de soja e DDG (Grãos Secos de Destilaria) também deverá pressionar os custos para baixo, criando um cenário favorável para a BRF nos próximos meses.