Nesta sexta-feira (13), as ações da Braskem (BRKM5) tiveram um salto significativo de mais de 7%, alcançando R$ 19,24 às 16h25. Esse aumento expressivo no valor das ações está diretamente ligado à expectativa de uma votação iminente sobre a implementação de uma tarifa adicional para a importação de plásticos e outros produtos petroquímicos.

Se a tarifa adicional for aprovada, a Braskem pode ver um aumento significativo em seu lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda). Segundo estimativas da XP Investimentos, a nova tarifa poderia resultar em um incremento de aproximadamente US$ 300 milhões anuais no Ebitda da companhia. Este valor representa uma elevação de cerca de 30% em relação ao Ebitda dos últimos 12 meses da Braskem, refletindo uma melhora substancial na rentabilidade da empresa.

A proposta para aumentar a tarifa de importação está programada para votação na próxima quarta-feira, 18 de setembro de 2024. A medida, que visa elevar a taxa de importação de 12,6% para 20%, é uma reivindicação da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A aprovação dessa tarifa adicional não apenas impactaria o custo dos produtos importados, mas também ajudaria a fortalecer a posição competitiva da indústria química nacional ao reduzir a dependência de produtos estrangeiros.

De acordo com a análise da XP Investimentos, a implementação da nova tarifa pode representar até 7% do valor de mercado da Braskem. Esse impacto significativo é visto como uma oportunidade para a empresa melhorar sua estabilidade financeira e preparar-se melhor para futuros ciclos de alta nos spreads petroquímicos. Com a tarifa adicional, a Braskem poderá enfrentar com mais resiliência os desafios financeiros enfrentados nos últimos trimestres.

A pressão da indústria química sobre o governo federal para o aumento dos impostos de importação tem sido uma constante. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) aponta que a importação de produtos químicos cresceu 31,2% no ano passado, enquanto a ociosidade na indústria doméstica alcançou 36%, o nível mais alto dos últimos 30 anos. Esse cenário demonstra a necessidade de medidas regulatórias que possam proteger e estimular a indústria local, reduzindo a competição desleal com produtos importados.