O Impostômetro, painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro histórico da capital paulista, alcançou na manhã do último domingo (21) a marca de R$ 2 trilhões em impostos arrecadados em 2024.

Vale destacar que esse valor representa um crescimento de 17,6% em relação ao mesmo período de 2023, quando o painel registrava R$ 1,7 trilhão.

Os dados sobre a arrecadação de impostos nas esferas federal, estadual e municipal podem ser acompanhados em tempo real pelo site impostometro.com.br e pelo painel físico do Impostômetro, localizado na Rua Boa Vista, 51, em frente ao edifício-sede da ACSP.

O montante representa o total pago pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano, incluindo impostos, taxas, contribuições, além de multas, juros e correção monetária.

De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, o avanço de 2024 em relação ao ano anterior foi registrado 40 dias mais cedo, impulsionado pelo aumento da atividade econômica, renda e emprego, além dos efeitos da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.

“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim, na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam, a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, o que é mais provável, continuaremos a ver a antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões”, explica Ruiz de Gamboa.

Valor não era atingido desde 2015

Segundo dados da ACSP, o Impostômetro atingiu a marca de R$ 2 trilhões em impostos pela primeira vez em 9 de dezembro de 2015. Em julho daquele ano, o painel registrava R$ 1,1 trilhão em impostos pagos pelos brasileiros.

Comparando 2024 com nove anos atrás, o crescimento acumulado é de 82%, atribuído por Gamboa ao crescimento da atividade econômica e ao aumento dos preços. O especialista destaca que a população brasileira enfrenta uma carga tributária elevada, que é um obstáculo ao crescimento robusto e pleno desenvolvimento do país.

“Nossa carga tributária é comparável à da Grã-Bretanha, embora nossa renda por habitante seja significativamente inferior. Portanto, pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba sufocando o potencial de expansão da economia”, complementa Gamboa.

Essa realidade é evidenciada pelo fato de o Impostômetro ter alcançado a marca de R$ 2 trilhões de arrecadação 40 dias antes do registrado em 2023.

O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Dr. João Eloi Olenike, afirmou que “isso reflete as diversas medidas do Governo Federal para aumentar os tributos, como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação”.