O IPCA-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial no Brasil, desacelerou em agosto, registrando uma alta de 0,19%, após ter subido 0,30% em julho, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (27). 

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresentou uma variação de 4,35%, levemente abaixo dos 4,45% observados no período anterior. Em agosto de 2023, a taxa havia sido de 0,28%.

Em relação ao mês de julho, o  resultado ficou um pouco abaixo das expectativas dos analistas consultados pela LSEG, que previam uma inflação mensal de 0,20% e uma taxa anual de 4,38%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados, oito apresentaram alta em agosto. O maior impacto veio do grupo Transportes, que registrou aumento de 0,83%, contribuindo com 0,17 ponto percentual (p.p.) para o índice. Educação também se destacou com alta de 0,75%, representando um impacto de 0,05 p.p.

Em contrapartida, o grupo Alimentação e bebidas teve queda de -0,80%, com um impacto de -0,17 p.p., marcando o segundo mês consecutivo de recuo. As demais variações oscilaram entre 0,09%, no grupo Comunicação, e 0,71%, em Artigos de Residência.

Transportes e Habitação

No grupo Transportes, o aumento foi impulsionado pela alta de 3,33% no preço da gasolina. Outros combustíveis também apresentaram elevação: etanol (+5,81%), gás veicular (+1,31%) e óleo diesel (+0,85%). Em contrapartida, as passagens aéreas registraram queda de -4,63%.

No setor de Educação, os cursos regulares subiram 0,77%, com destaque para ensino superior (+1,13%) e ensino fundamental (+0,57%). Cursos diversos, como os de idiomas, também tiveram alta de 0,96%.

Já no grupo Habitação, o gás de botijão subiu 1,93%, enquanto a taxa de água e esgoto aumentou 0,13% em função de reajustes tarifários em cidades como São Paulo, Salvador e Fortaleza. 

O gás encanado também apresentou variação de 0,17%, influenciado pelo reajuste de 2,77% no Rio de Janeiro e pela mudança nas faixas de consumo em Curitiba (-1,72%).

A energia elétrica residencial teve uma queda de -0,42%, após registrar alta de 1,20% em julho, graças ao retorno da bandeira tarifária verde. 

Além disso, foram observadas reduções nas tarifas de energia em São Paulo (-1,19%) e Belém (-1,44%), refletindo ajustes de 2,43% e 2,75%, respectivamente.

Alimentação

No grupo Alimentação e Bebidas, a alimentação no domicílio apresentou uma queda mais acentuada em agosto (-1,30%) comparada a julho (-0,70%). Os itens que mais contribuíram para essa redução foram o tomate (-26,59%), a cenoura (-25,06%), a batata-inglesa (-13,13%) e a cebola (-11,22%). Por outro lado, alguns subitens tiveram alta, com destaque para o café moído, que subiu 3,66%.

Já a alimentação fora do domicílio acelerou para 0,49%, acima dos 0,25% registrados em julho. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelas altas mais intensas no preço do lanche (de 0,24% em julho para 0,76% em agosto) e da refeição (de 0,23% em julho para 0,37% em agosto).

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.