Em agosto de 2025, os brasileiros voltaram a gastar mais no exterior do que os estrangeiros no Brasil. Segundo dados do Banco Central, a conta de viagens internacionais fechou o mês com um déficit de US$ 1,204 bilhão. O número mostra a diferença entre o consumo dos turistas brasileiros em outros países e o dinheiro que visitantes estrangeiros deixaram por aqui.

Leia também:

Déficit de viagens segue elevado

O resultado é praticamente o mesmo de agosto de 2024, quando o déficit foi de US$ 1,203 bilhão. Esse cenário reforça uma tendência: os gastos de brasileiros em viagens internacionais continuam em alta, impulsionados pelo turismo de lazer, compras e experiências culturais.

Especialistas apontam que fatores como momentos de câmbio mais favorável e a retomada das viagens após a pandemia ajudam a explicar o crescimento das despesas fora do país. Além disso, muitos brasileiros têm priorizado experiências internacionais, o que pesa no saldo da conta de viagens.

Brasileiros gastam mais lá fora do que turistas no Brasil

Em valores, a diferença é grande. Em agosto, brasileiros desembolsaram US$ 1,768 bilhão no exterior, enquanto os estrangeiros gastaram apenas US$ 565 milhões no Brasil. Ou seja, o consumo dos brasileiros foi mais de três vezes maior.

Esse desequilíbrio reforça um desafio: aumentar a atratividade do Brasil como destino turístico internacional. Investimentos em infraestrutura, segurança e promoção podem ajudar a reduzir essa distância no futuro.

Déficit no acumulado do ano

De janeiro a agosto, o déficit da conta de viagens já soma US$ 8,837 bilhões. Em 2024, o saldo negativo totalizou US$ 12,330 bilhões, mostrando que a diferença entre o que os brasileiros gastam fora e o que o país recebe de estrangeiros é uma realidade constante.

Para analistas, isso mostra a importância de estimular o turismo interno e a vinda de mais estrangeiros, medidas que podem ajudar a equilibrar a balança de serviços e gerar mais receita no Brasil.

Fluxo cambial e comércio exterior

O cenário também aparece no câmbio. Até 24 de setembro, o fluxo cambial total do país estava negativo em US$ 1,033 bilhão. O fluxo financeiro ficou positivo em US$ 107 milhões, mas o fluxo comercial foi negativo em US$ 1,140 bilhão, já que as importações superaram as exportações.

  • Importações: US$ 17,863 bilhões
  • Exportações: US$ 16,723 bilhões
    • Adiantamento de contrato de câmbio (ACC): US$ 2,054 bilhões
    • Pagamento antecipado (PA): US$ 3,840 bilhões
    • Demais operações: US$ 10,829 bilhões

Esse resultado pressiona o dólar e, consequentemente, aumenta o custo das viagens internacionais, impactando diretamente o bolso dos brasileiros.

Mercado à vista e impacto no turismo

Outro dado relevante: os bancos encerraram o período com posição vendida em US$ 28,833 bilhões no mercado à vista. Essa estratégia ajudou a segurar a liquidez do dólar, mas não muda o cenário de déficit nas contas externas.

Achou este conteúdo útil?
Siga o Melhor Investimento nas redes sociais:  Instagram | Facebook | Linkedin