O Bitcoin (BTC) contrariou a tradição de valorização em outubro e fechou o mês de 2025 com uma retração próxima de 7%, cotado abaixo dos US$ 110 mil. O desempenho negativo encerra uma sequência de nove anos em que o período foi considerado o mais lucrativo para o ativo digital, conhecido no mercado como “Uptober”.

A queda foi impulsionada por fatores macroeconômicos e por saídas significativas de capital de fundos de investimento em criptomoedas.

De acordo com dados da SoSoValue, os ETFs de Bitcoin registraram retiradas líquidas de cerca de US$ 600 milhões na última semana de outubro, enquanto os de Ethereum (ETH) perderam mais de US$ 180 milhões.

O clima de cautela aumentou após investidores reagirem negativamente a anúncios de altos investimentos em inteligência artificial por gigantes como Microsoft e Meta.

O mercado interpretou os gastos bilionários como sinais de pressão nas margens de lucro, o que reduziu o apetite por ativos de risco, incluindo criptoativos.

Analistas destacam suporte técnico e expectativa de recuperação

Segundo a analista técnica Ana de Mattos, parceira da corretora Ripio, o Bitcoin testou zonas importantes de suporte ao longo de outubro. “Após atingir US$ 116.400, o ativo corrigiu até US$ 107.925, região que concentra liquidez compradora. Esse intervalo pode segurar novas quedas no curto prazo, com resistências em US$ 112.500 e US$ 118.700”, explica.

O Ethereum (ETH) também registrou queda de 10,9% no mês, sendo negociado a US$ 3.850, enquanto a Solana (SOL) caiu 15,4%, chegando a US$ 185,79. Mesmo com o movimento de correção, analistas seguem otimistas para novembro.

Marcelo Person, diretor de Crypto Treasury & Markets da Foxbit, acredita que “a estrutura de longo prazo do Bitcoin continua sólida, sustentada pela entrada de investidores institucionais e pela expectativa do próximo halving em 2028”.

Person acrescenta que o mercado pode retomar o fôlego à medida que os cortes de juros nos Estados Unidos avancem e a liquidez global melhore. Ele também cita o fortalecimento de projetos como XRP e Avalanche (AVAX), que vêm ganhando espaço em soluções de pagamentos e tokenização de ativos.

Apesar do fim do “Uptober”, especialistas ressaltam que o mercado de criptomoedas mantém fundamentos positivos e maturidade crescente. A correção, segundo eles, pode ser apenas uma pausa técnica antes de uma nova fase de valorização.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.