Beyoncé aciona a Justiça por uso indevido de música em filme sobre Bolsonaro
A equipe de Beyoncé entrou com uma ação na Justiça brasileira após o trailer do filme Dark Horse, que retrata a história de Jair Bolsonaro, usar sem autorização a música “Survivor”, do Destiny’s Child.
Foto: Kevin Mazur/WireImage
Beyoncé aciona a Justiça após a prévia do filme Dark Horse, produção internacional que contará a trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro, usar sem autorização a música “Survivor”, do Destiny’s Child. A medida legal foi tomada nesta semana, no Brasil, depois que a equipe da cantora identificou a utilização indevida do hit no trailer divulgado online. O caso envolve questões de direitos autorais, tensões políticas e impacto midiático, elevando o debate sobre o uso de obras protegidas em produções audiovisuais de grande repercussão.
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A informação sobre o processo veio a público por meio do brasileiro Anderson Nick, integrante da organização filantrópica Beygood, ligada à artista. Em suas redes sociais, Nick afirmou que a música foi empregada sem qualquer tipo de autorização, violando normas de copyright que regem obras musicais no Brasil e no exterior. Segundo ele, os advogados já solicitaram a remoção imediata do trailer, além de outras providências cabíveis.
O uso irregular ocorreu no início da semana, quando páginas e perfis nas redes sociais começaram a compartilhar a prévia do filme Dark Horse. Diante da repercussão, a equipe da artista verificou a autenticidade do material e confirmou que não houve qualquer negociação ou contato formal por parte da produção do longa-metragem.
Filme sobre Bolsonaro: elenco, contexto político e direção
O longa-metragem Dark Horse é protagonizado por Jim Caviezel, conhecido mundialmente por A Paixão de Cristo, que agora assume o papel de Jair Bolsonaro. O ex-presidente cumpre pena em regime fechado após ser condenado por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Sua condenação soma 27 anos e três meses.
O elenco internacional conta ainda com Lynn Collins (John Carter – Entre Dois Mundos), Esai Morales (Missão Impossível 8) e o brasileiro Felipe Folgosi, que interpreta um policial federal. A direção é de Cyrus Nowrasteh, cineasta com experiência em obras de temática política, enquanto o roteiro teria sido escrito por Mário Frias, ex-Secretário Especial da Cultura durante o governo Bolsonaro.
Beyoncé aciona a Justiça e reacende debate sobre direitos autorais
O caso envolvendo Beyoncé reacende discussões antigas sobre o uso de obras musicais em trailers, filmes e campanhas políticas. A legislação brasileira é rígida quanto ao licenciamento de músicas, exigindo autorização expressa dos detentores dos direitos autorais — seja da gravadora, dos compositores ou dos artistas. No caso de uma obra mundialmente conhecida como “Survivor”, o procedimento costuma envolver contratos multilaterais e taxas específicas, o que torna a autorização indispensável.
A ausência desse licenciamento torna a utilização automaticamente irregular. Especialistas em propriedade intelectual apontam que, em situações como essa, o responsável pela produção pode responder judicialmente por danos materiais e morais, além de ser obrigado a retirar o conteúdo do ar. É exatamente esse o caminho adotado pela equipe da artista.
Roteiro controverso e elementos da trama
Segundo o portal Metrópoles, uma versão do roteiro, obtida por sua equipe, descreve sequências de ação ambientadas na Amazônia. O ex-presidente aparece como personagem envolvido em confrontos contra cartéis de droga, acompanhado por indígenas e xamãs.
Além disso, relatos indicam que a narrativa dará destaque ao atentado sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial, em 2018.
A combinação de ficção e fatos reais já vem gerando debates sobre representações políticas no cinema, especialmente porque diferentes trechos do roteiro sugerem uma abordagem heroica do personagem interpretado por Caviezel.
Produção ainda sem informações oficiais
Até o momento, a equipe responsável pelo longa não divulgou posicionamentos sobre o uso ilegal da música, tampouco mais detalhes sobre a produção, datas de lançamento ou negociações com distribuidoras.
Enquanto isso, a ação movida por Beyoncé segue tramitando e deve resultar na remoção do trailer e, possivelmente, em medidas reparatórias. O episódio ilustra como elementos culturais e políticos podem se cruzar, gerando disputas judiciais de grande repercussão.
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