BCE prevê retorno rápido da inflação à meta na zona do euro
A nova pesquisa do Banco Central Europeu (BCE) indica que a inflação na zona do euro pode retornar à meta de 2% mais rapidamente do que o previsto, com estimativas de 1,9% para 2025.

O Banco Central Europeu (BCE) revelou, em uma nova pesquisa, que a inflação na zona do euro pode retornar à sua meta de 2% mais rapidamente do que se pensava anteriormente. Com previsões ajustadas, os economistas agora estimam que a inflação ficará em 1,9% no próximo ano, abaixo dos 2% previstos há três meses. Essa informação foi divulgada nesta sexta-feira, em Frankfurt, e marca um ponto importante na discussão sobre as políticas monetárias do BCE.
Os economistas da Pesquisa de Analistas Profissionais do BCE projetam que a inflação se manterá em 1,9% até 2026. Essa expectativa é um pouco mais otimista do que as previsões do próprio BCE, que indicava um retorno à meta apenas no último trimestre de 2025, com uma média de inflação de 2,3% para aquele ano. A nova projeção sugere que, se as tendências atuais continuarem, a inflação pode se estabilizar em torno da meta de 2% de forma sustentável.
Esta mudança nas previsões é significativa, especialmente considerando que o BCE passou os últimos três anos lutando contra um dos piores surtos de inflação em mais de uma geração. Agora, alguns membros da instituição acreditam que existe um risco realista de que a inflação possa voltar a ficar abaixo de 2%, trazendo alívio tanto para consumidores quanto para investidores.
Na quinta-feira, o BCE anunciou sua terceira redução nas taxas de juros em 2024, uma resposta às recentes moderadas pressões sobre os preços. Com a inflação se aproximando da meta, os investidores esperam cortes adicionais nas taxas nas próximas quatro ou cinco reuniões do BCE. Essa expectativa está atrelada a um cenário onde as condições econômicas estão melhorando e a inflação está se estabilizando.
A redução das taxas é uma estratégia adotada pelo BCE para estimular a economia e incentivar o consumo. Com taxas de juros mais baixas, o custo dos empréstimos diminui, promovendo um aumento nos investimentos e gastos das famílias.
Além das previsões de inflação, a pesquisa do BCE também revelou expectativas sobre o crescimento econômico da zona do euro. Os economistas projetam um crescimento de 1,2% para o próximo ano, uma leve queda em relação à taxa de 1,3% observada anteriormente. Para o ano seguinte, a expectativa é de que o crescimento acelere para 1,4%.
O desemprego, por sua vez, deve permanecer relativamente estável, com taxas de 6,5% no próximo ano e uma leve queda para 6,4% em 2026. Essa estabilidade no mercado de trabalho é um indicador positivo, sugerindo que a recuperação econômica está se solidificando na região.
Embora as previsões gerais sejam otimistas, a inflação subjacente continua a ser uma preocupação central para as autoridades do BCE. A inflação subjacente, que exclui preços voláteis como alimentos e energia, permanece em 2,2% para 2025 e 2,0% para 2026. O rápido crescimento dos preços dos serviços é uma das principais razões por trás dessa preocupação, exigindo atenção contínua nas deliberações de política monetária do BCE.