A inflação de serviços tem sido identificada como o “ponto fraco” da inflação atual na zona do euro. Guindos acredita que, apesar da persistência deste desafio, a inflação nesse setor começará a diminuir. As expectativas são de que isso ocorra devido à moderação nos acordos salariais e à melhoria na produtividade. “Acreditamos que a inflação no setor começará a cair porque estamos esperando uma moderação nos acordos salariais e na remuneração por funcionário”, explicou Guindos.

Em relação à política monetária, Guindos não especificou quando ou quanto o BCE poderá cortar as taxas de juros. Ele enfatizou que a abordagem é “reunião por reunião”, sendo dependente dos dados econômicos disponíveis. Isso reflete a cautela do BCE em um ambiente econômico incerto, onde decisões serão tomadas com base em análises contínuas.

Os riscos para o crescimento econômico na zona do euro, segundo Guindos, estão inclinados para baixo. O vice-presidente do BCE apontou que a recuperação econômica depende de dois fatores principais: a recuperação do consumo e o aumento nas exportações líquidas. “Esperamos que a recuperação econômica seja baseada no consumo e na recuperação do poder de compra das famílias”, afirmou. Isso indica uma dependência significativa do fortalecimento da demanda interna para sustentar o crescimento.

Guindos ressaltou a importância de uma recuperação robusta do poder de compra das famílias para impulsionar o consumo. Ele acredita que a combinação de um ambiente de trabalho mais produtivo e acordos salariais moderados será crucial para estabilizar a inflação e permitir um crescimento econômico sustentável. 

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.