BBDC4: ações do Bradesco recuam após balanço do 3º trimestre
Ações do Bradesco (BBDC4) lideram perdas do Ibovespa após balanço do 3º trimestre. CEO cita ajuste técnico e analistas destacam oportunidade para investidores
(Eduardo Frazão/Exame)
As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) registraram queda de 2,71% nesta quinta-feira (30), liderando as perdas do Ibovespa após a divulgação do balanço do terceiro trimestre. No mesmo horário, por volta das 11h55, os papéis ordinários (BBDC3) recuavam 2,56%, enquanto o índice principal da Bolsa brasileira avançava 0,24%, aos 148.986 pontos.
De acordo com o Valor Econômico, o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, já havia antecipado a correção no preço dos papéis durante teleconferência com investidores realizada pela manhã. Segundo ele, a valorização de 78% das ações no acumulado do ano indicava que o mercado poderia passar por um “ajuste técnico” após a divulgação dos resultados. “O ‘buy side’ estava com uma expectativa maior e a ação subiu bem ontem”, afirmou Noronha.
Balanço trimestral do Bradesco (BBDC4) mostra avanço, mas não surpreende o mercado
O banco reportou lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 2,3% frente ao trimestre anterior e de 18,8% na comparação anual. Apesar do crescimento, os resultados ficaram abaixo das projeções de parte dos analistas, o que justificou a reação negativa dos investidores nesta sessão.
Saiba mais:
Em relatório, os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, da XP Investimentos, afirmaram que o Bradesco apresentou resultados sólidos, mas com custo de crédito ligeiramente maior. Segundo eles, para uma reavaliação positiva das ações, o banco precisará sustentar um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) acima de 15%, mantendo o custo de crédito estável.
Ações em queda = oportunidade?
Mesmo com a queda pontual de hoje, o desempenho acumulado de BBDC4 em 2025 ainda é positivo, com forte valorização no ano. Para investidores de médio e longo prazo, o momento pode representar uma janela de oportunidade de entrada, caso o ajuste técnico se confirme e os fundamentos do banco permaneçam sólidos.
Analistas ressaltam que, com o cenário de corte de juros no Brasil e melhora na economia doméstica, o setor bancário tende a se beneficiar no médio prazo, especialmente instituições com grande base de clientes e operação diversificada, como o Bradesco.