Ministro Barroso pode deixar o STF para ser embaixador na Europa
O ministro Luís Roberto Barroso sinalizou que pretende deixar o STF ao fim do seu mandato como presidente da Corte, em outubro de 2024, para assumir uma embaixada na Europa.

O Palácio do Planalto recebeu recentemente sinais de que o ministro Luís Roberto Barroso pretende deixar o Supremo Tribunal Federal (STF) ao término do seu mandato como presidente da Corte, marcado para outubro de 2024. Além disso, Barroso demonstra interesse em assumir uma embaixada em um país europeu após sua saída. A possível movimentação pode provocar mudanças importantes no STF e no cenário político nacional.
A possível saída de Barroso do STF e seus desdobramentos
Segundo fontes próximas ao governo, o ministro Barroso não planeja permanecer no STF até a aposentadoria compulsória, que ocorre aos 75 anos. Em vez disso, ele sinalizou o desejo de encerrar sua trajetória no tribunal mais cedo para assumir um cargo diplomático, preferencialmente em uma embaixada europeia, com cidades como Londres e Paris entre suas favoritas.
Essa movimentação abre espaço para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realize uma nova indicação para o Supremo, ampliando seu número de ministros na Corte. Atualmente, Lula já nomeou dois ministros desde o início do seu mandato, e essa terceira vaga poderia reforçar ainda mais sua influência na composição do STF.
Quem deve ocupar a vaga deixada por Barroso?
O nome mais cotado para substituir Barroso é o do atual advogado-geral da União, Jorge Messias, que mantém uma proximidade política com o presidente Lula. Entretanto, há um debate significativo sobre a necessidade de nomear uma mulher para o STF, já que hoje a Corte conta com apenas uma ministra, Cármen Lúcia.
Essa pressão por maior diversidade no tribunal tem sido reforçada por movimentos sociais e setores da sociedade que cobram uma composição mais representativa do STF. No entanto, fontes no entorno do Palácio do Planalto indicam que o presidente pode não dar prioridade a essa demanda.
Polêmica e riscos políticos da saída de Barroso
A notícia de que Barroso pode deixar o STF para assumir uma embaixada na Europa gera um debate intenso sobre o timing e as motivações dessa decisão. Muitos críticos avaliam que essa movimentação pode ser interpretada como uma recompensa do governo Lula ao ministro, que tem sido alvo de ataques por parte da oposição.
Essa percepção pode fortalecer a narrativa de que o Supremo Tribunal Federal estaria alinhado politicamente com o Palácio do Planalto, o que ameaça a imagem de independência do Judiciário. A saída antes das eleições presidenciais de 2026 pode ainda ser vista como uma tentativa de garantir uma indicação favorável ao atual presidente, o que acirra o clima político e polariza ainda mais o debate público.
Perfil e ambições pessoais de Barroso
Luís Roberto Barroso é reconhecido por sua atuação no campo jurídico e acadêmico, com forte presença em debates nacionais e internacionais. Ele tem ambições que vão além do Judiciário, buscando ampliar sua atuação em áreas como a diplomacia e a política internacional. Isso explica sua vontade de ocupar uma embaixada na Europa, onde pode aproveitar seu conhecimento e experiência para representar o Brasil em um cenário global.
Por outro lado, a decisão de sair do Supremo antes da aposentadoria compulsória demonstra que Barroso considera intolerável continuar no tribunal por mais tempo, talvez pelo desgaste político e pela pressão que o cargo impõe.