Banco do Brasil (BBAS3): lucro despenca 60% e banco revisa projeções 2025
O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no 2º trimestre de 2025, queda de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foto: Adobe Stock
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou nesta quinta-feira (14) uma revisão de suas projeções para 2025, após reportar resultados do segundo trimestre que ficaram significativamente abaixo das expectativas do mercado. O banco registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, uma queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, sinalizando um cenário desafiador para a instituição e levantando questionamentos sobre sua capacidade de manter a rentabilidade histórica.
A retração nos resultados marca o segundo trimestre consecutivo de recuo após 16 trimestres de crescimento anual, e diferencia o Banco do Brasil de seus concorrentes, que mantiveram resultados positivos nesse período.
Revisão de projeções do Banco do Brasil (BBAS3) para 2025
Com base no desempenho do segundo trimestre, o Banco do Brasil revisou suas estimativas para o próximo ano, refletindo o cenário econômico e os impactos de fatores específicos do setor financeiro e do agronegócio.
| Indicador | Intervalo anterior | Intervalo revisado |
|---|---|---|
| Carteira de crédito | 5,5% a 9,5% | 3% a 6% |
| Carteira sustentável | 7% a 11% | 7% a 10% |
| Margem financeira bruta | Em revisão | R$ 102 a 105 bilhões |
| Custo de crédito | Em revisão | R$ 53 a 56 bilhões |
| Receita de prestação de serviços | R$ 34,5 a 36,5 bilhões | Mantido |
| Despesas administrativas | R$ 38,5 a 40 bilhões | Mantido |
| Lucro líquido ajustado | Em revisão | R$ 21 a 25 bilhões |
A revisão evidencia o impacto de fatores internos e externos sobre a carteira de crédito e a lucratividade, mostrando uma postura mais conservadora do banco diante das incertezas econômicas e do aumento da inadimplência no agronegócio.
Fatores que impactaram o resultado do BBAS3
O resultado negativo do Banco do Brasil (BBAS3) no segundo trimestre de 2025 está ligado a um conjunto de fatores estruturais e conjunturais. Entre os principais, destacam-se:
- Aumento da inadimplência no setor agrícola: O agronegócio, historicamente um dos pilares de crédito do banco, registrou alta nas recuperações judiciais, afetando diretamente a carteira rural.
- Nova resolução da CMN nº 4.966/2021: A norma obrigou o banco a elevar as provisões para calotes, pressionando ainda mais o lucro.
- Qualidade dos ativos rurais: Segundo o Banco Central, a inadimplência em 90 dias atingiu 3,5%, enquanto a inadimplência antecipada (15 a 90 dias) chegou a 2,9%, níveis historicamente baixos para o setor.
Além disso, o lucro mensal do banco caiu drasticamente em maio, alcançando apenas R$ 500 milhões, frente aos R$ 1,7 bilhão de abril, o que representa uma queda de 70% no mês e 85% em relação ao ano anterior.
ROE despenca e comparação com concorrentes
Outro indicador que reflete a dificuldade do Banco do Brasil (BBAS3) é o ROE (retorno sobre patrimônio líquido), que caiu para 8,4%, o menor nível registrado desde 2010. Esse número coloca o banco abaixo de grandes concorrentes como:
- Itaú (ITUB4): 23%
- Santander (SANB11): 16%
- Bradesco (BBDC4): 14,6%
A queda do ROE significa que o banco perdeu o patamar de rentabilidade de 20%, considerado referência pelo mercado financeiro, e reforça a percepção de que o BB enfrenta desafios estruturais para manter sua performance histórica.
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