A B3 (B3SA3), a bolsa de valores brasileira, assumirá a responsabilidade de conduzir leilões para a comercialização das parcelas de petróleo e gás natural pertencentes à União nos contratos de partilha de produção e na Jazida Unitizada de Tupi pelos próximos três anos.

Essa atribuição foi concedida à B3 pela Pré-Sal Petróleo (PPSA), uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), que atua desde novembro de 2013 na gestão dos Contratos de Partilha de Produção, na representação da União nos Acordos de Individualização da Produção (Unitização) e na administração da comercialização de petróleo e gás natural.

O calendário de leilões de petróleo está sendo elaborado pela PPSA e pelo MME, visando oferecer uma previsibilidade maior para o mercado.

Os dois primeiros leilões para a venda do petróleo pertencente à União estão programados para julho deste ano e abril de 2025.

Os demais leilões de petróleo terão início a partir do quarto trimestre de 2025, enquanto a realização de um leilão exclusivo para o gás está sendo avaliada, sem data definida até o momento.

Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os recursos provenientes do petróleo e gás pertencentes à União são cruciais para garantir investimentos em áreas como saúde, educação e transição energética, por meio do Fundo Social.

Sobre o edital do leilão da B3

A diretora Técnica e presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro, anunciou que o leilão de julho será destinado à comercialização das cargas de Mero e Búzios de 2025, cujos contratos de compra e venda de petróleo expiram em dezembro deste ano.

Durante este mês de maio, será lançado o edital contendo todas as informações pertinentes ao leilão, o qual está programado para ocorrer em 31 de julho. Tabita encontra-se atualmente em Houston, Texas, onde participará da Offshore Technology Conference (OTC), na próxima quarta-feira (08).

A diretora e presidente interina da PPSA também informou que estão sendo finalizados os volumes de óleo que serão disponibilizados em cada um dos leilões.

“É de nosso conhecimento que a curva de produção da União é ascendente, e por isso optamos por estabelecer um calendário que ofereça previsibilidade aos compradores. Acreditamos que essa abordagem pode resultar em maior competitividade e melhores resultados para a União”, destacou. Durante sua participação na OTC, Tabita discutirá as perspectivas do setor offshore no Brasil.

Samir Awad, diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, ressaltou que a definição das datas dos leilões auxiliará os compradores a planejar a logística para o offloading, que compreende as operações para transporte do petróleo produzido pela unidade marítima.

“Dado o aumento significativo da produção da União previsto para os próximos anos, as empresas potencialmente interessadas em adquirir o petróleo da União precisam se preparar para, a curto e médio prazo, disponibilizar navios aliviadores de posicionamento dinâmico para os alívios da PPSA. Estamos falando de uma produção diária da União com potencial de atingir mais de 500 mil barris por dia em 2029”, afirmou.

Estimativa de crescimento na produção de petróleo e gás

A curva de produção de petróleo e gás natural da União está projetada para experimentar um crescimento significativo nos próximos anos. A produção de petróleo deverá aumentar dos atuais 50 mil barris por dia (bpd) para 103 mil bpd em 2025, 234 mil bpd em 2026, 327 mil bpd em 2027, 417 mil bpd em 2028, atingindo o pico de 564 mil bpd em 2029.

Da mesma forma, a produção de gás natural seguirá uma trajetória ascendente. Prevê-se que, a partir de 2027, alcance 1,7 milhão de metros cúbicos (m³). Em 2028, espera-se atingir 2,9 milhões de m³ e, em 2029, alcançar 3,5 milhões de m³.

A PPSA já realizou três leilões de petróleo na B3. No último, ocorrido em novembro de 2021, foram vendidas as produções de longo prazo da União de Mero, Búzios, Sapinhoá e Tupi, com contratos de três anos para Mero e Búzios, e contratos de cinco anos para os demais.

Desde então, a União também passou a contar com produção de petróleo em Sépia e Atapu, que estão sendo comercializadas por meio de consulta direta ao mercado, conforme informou a PPSA por meio de sua assessoria de imprensa.