A B3 (B3SA3), a operadora da Bolsa brasileira, anunciou a ampliação de seu programa de recompra de ações, aumentando o limite de recompra de 230 milhões para 340 milhões de ações. Este movimento reflete uma estratégia mais agressiva para beneficiar os acionistas e destaca a importância crescente das recompras de ações como principal método de remuneração dos investidores.

Os dados mais recentes mostram que, em 2024, a B3 já recomprou 182 milhões de ações, o que representa um valor aproximado de R$ 2 bilhões. Esse movimento resultou em um rendimento de recompra de 3,1% com base no valor de mercado atual de R$ 67 bilhões. Em contraste, o rendimento de dividendos da companhia caiu para 1,2% durante o mesmo período. Este deslocamento sugere que as recompras de ações agora têm uma participação mais significativa na distribuição de capital da empresa.

A estratégia de recompra tem se mostrado vantajosa para os acionistas, especialmente quando comparada com os dividendos pagos, que foram menores em 2024. A ampliação do programa de recompra pode elevar ainda mais o rendimento para os investidores, oferecendo uma forma alternativa de retorno sobre o investimento.

Analisando as projeções futuras, se a B3 conseguir completar a recompra de 230 milhões de ações até 2025, o rendimento de recompra deverá aumentar de 3,1% para 3,9%. Por outro lado, caso a empresa execute totalmente o novo programa de 340 milhões de ações, o rendimento da recompra poderá subir para 5,9%. Essas estimativas indicam um aumento significativo no retorno potencial para os acionistas, reforçando a eficácia da estratégia de recompra.

De acordo com a análise do Bradesco BBI, a B3 enfrenta uma desvalorização de 18% em 2024 e está negociada com um desconto de 41% em relação a pares internacionais. Embora a perspectiva de mercado seja desafiadora, o valuation atrativo pode oferecer uma oportunidade para os investidores. No entanto, o Bradesco BBI mantém uma recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 13,00, observando que uma reclassificação das ações depende da melhoria das condições de mercado e da taxa de juros.

O Goldman Sachs também adota uma posição neutra com um preço-alvo de R$ 13,00 para as ações da B3. A empresa está atualmente negociada a múltiplos inferiores à sua média histórica e abaixo das bolsas globais, mas ainda acima da mediana do setor financeiro brasileiro. O Goldman Sachs elogia a capacidade da B3 de compensar uma perspectiva fraca para ações à vista com um bom desempenho em derivativos e outros produtos financeiros, destacando a resiliência da companhia em um ambiente de mercado desafiador.