Azzas 2154 (AZZA3) despenca com rumores de possível ‘divórcio’ entre sócios
As ações da Azzas 2154 (AZZA3) caíram mais de 9% nesta sexta-feira, com investidores reagindo a rumores de uma possível cisão entre os sócios Alexandre Birman e Roberto Jatahy.

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) sofreram uma queda abrupta de 9,13% nesta sexta-feira (14), operando em meio às maiores perdas do Ibovespa. O movimento ocorre em um cenário de incertezas e especulações sobre a possível separação entre dois dos principais acionistas da empresa, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, que estão negociando uma cisão nos negócios. Com a forte desvalorização das ações, a Azzas 2154 viu seu valor de mercado cair para R$ 4,56 bilhões, bem abaixo da avaliação das empresas envolvidas na fusão com a Arezzo&Co e o Grupo Soma.
O que causou a queda das ações da Azzas 2154 (AZZA3)?
As ações da Azzas 2154 (AZZA3) enfrentaram uma forte queda de 9,13%, chegando a R$ 21,74 por volta das 14h48 (horário de Brasília), com uma mínima do dia de R$ 21,67. Essa perda faz parte de um movimento de desvalorização mais amplo, acumulando uma queda de 17% na semana e de 25% no ano. No entanto, a principal causa dessa desvalorização não está relacionada aos números financeiros da empresa, mas sim a rumores que envolvem uma possível separação entre os sócios e gestores da empresa, Alexandre Birman e Roberto Jatahy. Segundo fontes do Pipeline, do Valor Econômico, os dois estão em negociações sobre um “divórcio” nos negócios, o que gerou incertezas no mercado.
Rumores de cisão interna podem afetar a governança da Azzas 2154
De acordo com a reportagem, o movimento de cisão é um reflexo das tensões entre os sócios fundadores da Azzas 2154. Alexandre Birman, CEO da empresa, e Roberto Jatahy, responsável pela divisão de moda feminina, estão discutindo a possibilidade de Birman comprar a participação de Jatahy na empresa. No entanto, ainda existem dúvidas sobre como a transação seria financiada e qual seria o preço a ser pago por Jatahy.
Fontes próximas ao assunto revelaram que Birman está sendo assessorado pelo Morgan Stanley e pelo Spinelli Advogados, enquanto Jatahy conta com o apoio da G5 e Barbosa Mussnich. A possibilidade de uma cisão interna coloca em risco a estabilidade da governança da Azzas 2154 e pode afetar o andamento da fusão recente com a Arezzo&Co e o Grupo Soma, que foi realizada há menos de oito meses.
Impacto nas finanças e na governança corporativa
O impacto de uma possível separação entre os sócios é significativo para a Azzas 2154, uma vez que isso pode gerar incertezas sobre a governança corporativa da empresa. A Ativa Investimentos alertou que essa situação poderia gerar instabilidade interna, com possíveis choques entre diretores, prejudicando o andamento da fusão e impactando negativamente a sinergia entre as empresas envolvidas.
Além disso, a falta de comunicação interna entre os sócios pode prejudicar o operacional da varejista e refletir em atrasos no alcance das sinergias projetadas com a fusão. A avaliação da Ativa Investimentos sobre o caso é negativa, destacando que a falta de alinhamento entre os principais gestores pode afetar os resultados financeiros da Azzas 2154.
Desempenho financeiro e as quedas anteriores
A desvalorização das ações de AZZA3 não é um fenômeno isolado. Em 12 de março, a ação já havia registrado uma queda superior a 13% após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024. Os resultados da Azzas 2154 no 4T24 foram avaliados pelo BTG Pactual como mistos: a receita apresentou crescimento, mas o EBITDA ficou abaixo das expectativas do mercado.
Segundo fontes internas, a falta de sinergia entre os sócios refletiu diretamente nos resultados da empresa. “O balanço foi um reflexo do que está acontecendo internamente na empresa. Não andou em sinergia porque eles hoje mal interagem”, afirmou uma fonte próxima ao assunto. Isso só reforça a percepção de que a relação entre Birman e Jatahy está em um ponto crítico.
Azzas 2154 perde valor de mercado desde a fusão
Com a queda das ações nesta sexta-feira, a Azzas 2154 tem atualmente um valor de mercado de R$ 4,56 bilhões, o que representa menos da metade da avaliação das empresas envolvidas na fusão com Arezzo&Co e Grupo Soma antes da união. Em fevereiro do ano passado, a Arezzo valia R$ 6,4 bilhões, enquanto o Soma estava avaliado em R$ 5,4 bilhões.
A ação da Azzas 2154 também está sendo negociada por menos da metade do preço de R$ 49 registrado em agosto de 2024, quando a fusão foi finalizada. Esse forte recuo na cotação das ações sugere que os investidores estão cautelosos quanto à capacidade da empresa de consolidar a fusão e entregar os resultados esperados.