O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciou o cancelamento de sua participação na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, devido aos altos custos logísticos e de hospedagem. A decisão evidencia um desafio crescente na organização do evento climático: a dificuldade que alguns países enfrentam para garantir a participação em função das despesas elevadas. A ausência do presidente austríaco destaca a complexidade financeira enfrentada pelos representantes oficiais, especialmente em uma conferência global de grande importância para o enfrentamento da crise climática.

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Altos custos logísticos impedem ida do presidente austríaco à COP30

Van der Bellen comunicou que os custos para sua participação, somados aos da delegação de negociadores da Áustria, ultrapassam a capacidade orçamentária da Chancelaria Presidencial. Segundo o presidente, “os custos particularmente altos para a participação do Presidente Federal na COP deste ano não estão dentro da estrutura orçamentária apertada por razões logísticas”. O anúncio foi divulgado pela ORF, emissora pública de rádio e televisão da Áustria.

Com a ausência do presidente, o país será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig. Essa substituição reforça a importância do evento para os governos, mesmo diante das dificuldades financeiras.

Impacto dos altos custos na participação de países na COP30

A COP30, marcada para ocorrer em Belém, tem enfrentado um problema significativo: o alto custo e a falta de vagas em hotéis na cidade. Essa situação ameaça a participação dos países mais pobres e vulneráveis, que possuem orçamentos limitados para alimentação e hospedagem. Segundo uma tabela da Organização das Nações Unidas (ONU), os países menos desenvolvidos dispõem de um orçamento diário de apenas US$ 143 para essas despesas durante a conferência.

O problema da hospedagem tem sido motivo de preocupação há meses, levando o governo local a buscar acordos com a rede hoteleira, mas até o momento, sem sucesso. A questão ganhou urgência esta semana, quando o escritório climático da ONU realizou uma reunião de emergência para debater a situação.

Carta de 25 países denuncia exclusão por custos elevados

A crise dos custos elevados motivou 25 países a enviarem uma carta oficial à organização da COP30, questionando a viabilidade de suas participações. Entre os signatários estão membros do bloco dos Países Menos Desenvolvidos (LDC, na sigla em inglês), incluindo nações como Tuvalu, Libéria, Angola e Gâmbia.

Essa carta aponta para uma possível exclusão de países essenciais para as discussões sobre o clima, o que pode comprometer a legitimidade do evento. A participação efetiva das nações mais afetadas pelas mudanças climáticas é fundamental para garantir que as decisões tomadas na conferência reflitam os interesses globais.

Pressão para que o Brasil encontre solução para crise de hospedagem

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, admitiu que os altos preços das acomodações podem inviabilizar a presença dos países mais pobres no evento. Ele ressaltou a necessidade urgente de o Brasil agir para garantir a participação dessas nações:

“Temos que encontrar uma maneira de que eles possam estar em Belém. Com a ausência dos países pobres, ficaria uma COP sem legitimidade.”

Essa declaração reforça a responsabilidade do país-sede em promover condições para a inclusão plena dos representantes internacionais, especialmente dos países mais vulneráveis.

Tentativas do governo para reduzir preços ainda sem resultados

Desde o início da crise, o governo brasileiro vem tentando negociar com a rede hoteleira local para reduzir os preços das hospedagens durante o evento, mas ainda não conseguiu chegar a um acordo satisfatório. A escassez de vagas e o aumento da demanda por acomodações em Belém elevaram os custos para níveis que muitos países não conseguem cobrir dentro dos seus orçamentos.

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