Tesla sob ataque: protestos, vandalismo e críticas a Elon Musk impactam a empresa
A Tesla, sob a liderança de Elon Musk, tem sido alvo de uma série de protestos e ataques nos Estados Unidos e no exterior, incluindo incêndios em estações de carregamento e disparos em concessionárias.

A Tesla, uma das empresas mais conhecidas no setor de carros elétricos, tem sido alvo de ataques crescentes nos últimos dias, principalmente devido à figura controversa de seu CEO, Elon Musk. Os protestos e atos de vandalismo contra as concessionárias e estações de carregamento da empresa aumentaram, com ações registradas desde incêndios em Boston até disparos em Oregon. Esses incidentes surgiram em um contexto de críticas a Musk, especialmente após sua entrada no governo dos Estados Unidos como assessor sênior de Donald Trump, e sua participação em iniciativas controversas de corte de gastos federais. A reação negativa contra a empresa e seu proprietário não é apenas uma questão interna dos Estados Unidos, mas também se espalhou por países como Alemanha e França. O que está por trás desses ataques e como Musk tem respondido a essa onda de protestos?
A escalada de ataques contra a Tesla
Os ataques à Tesla começaram a ganhar destaque na semana passada, logo após a posse de Donald Trump e a entrada de Elon Musk no governo dos Estados Unidos. Em Nova York, manifestantes realizaram um protesto diante de uma loja da Tesla no bairro de Manhattan, um dos mais progressistas da cidade. Durante o ato, eles criticaram os cortes no orçamento federal liderados por Musk e a influência crescente de bilionários sobre as decisões políticas. “Ninguém votou em Elon Musk” e “Oligarcas não, democracia sim” foram alguns dos gritos dos protestantes. A manifestação resultou em bloqueios na entrada da loja, e seis pessoas foram presas por conduta desordeira.
Este protesto foi apenas o início de uma série de incidentes mais graves. Na quinta-feira, a concessionária da Tesla no Oregon foi alvo de disparos. Sete tiros foram disparados, danificando veículos e estilhaçando janelas. A polícia local encontrou uma bala atravessando uma parede e atingindo um computador. Além disso, no início da semana, sete estações de carregamento da Tesla foram incendiadas em Boston, e um homem foi preso por vandalismo em um centro comercial da cidade.
Esses ataques surgem em meio a um aumento geral de descontentamento com as políticas de corte de gastos lideradas por Musk, como parte de sua proposta de criar o Departamento de Eficiência Governamental. A iniciativa busca reduzir os custos com agências federais, mas gerou forte resistência entre segmentos progressistas da sociedade, que consideram tais medidas prejudiciais aos mais necessitados.
A reação de Musk e os efeitos da polêmica internacional
A resposta de Elon Musk aos ataques tem sido de defesa da liberdade de expressão, embora tenha sido claro ao condenar o vandalismo. Em um post recente em sua rede social X (antigo Twitter), Musk afirmou que “danificar a propriedade dos outros, ou vandalismo, não é liberdade de expressão”. Musk também tentou afastar as acusações de que seus gestos durante a posse de Trump — que lembravam a saudação nazista — teriam qualquer vínculo com ideologias extremistas.
Porém, sua postura tem gerado ainda mais polarização. Algumas pessoas, incluindo donos de carros Tesla, começaram a se distanciar da empresa, com alguns até vendendo seus veículos por vergonha de se associarem a Musk e suas ações políticas. “Estou um pouco envergonhado de ser visto nesse carro agora”, comentou um dos proprietários antes de se desfazer de seu automóvel.
Essas tensões não são restritas aos Estados Unidos. Em Berlim, na Alemanha, foi registrado um incêndio criminoso nas instalações de construção de uma nova fábrica da Tesla. A polícia investiga o caso como um possível ataque intencional. Na França, em Toulouse, dezenas de carros da Tesla foram incendiados, em um evento que também é tratado como vandalismo premeditado. Os ataques internacionais indicam que o descontentamento com Musk ultrapassou fronteiras e se estendeu para outras partes do mundo.