As autoridades do Federal Reserve (Fed) adotaram uma postura cautelosa durante sua reunião realizada em setembro, dada a incerteza em torno da trajetória econômica dos Estados Unidos. Essa incerteza envolveu desafios na estimativa do estado dos mercados financeiros, potenciais choques nos preços do petróleo e o impacto das greves sindicais. A ata da reunião, divulgada recentemente, revelou que a maioria dos participantes continuou a enxergar o futuro da economia como altamente incerto.

Durante a reunião, o Federal Reserve optou por manter as taxas de juros estáveis, apesar de uma maioria indicar a possibilidade de um aumento até o final do ano para conter a inflação e atingir a meta de 2%. Os desafios enfrentados incluem a volatilidade dos dados econômicos e revisões de divulgações anteriores, bem como a dificuldade em determinar parâmetros como a taxa de juro neutra, o impacto das taxas “reais” influenciadas pelos mercados e o potencial impacto de uma política de crédito mais restritiva sobre os empréstimos e gastos das empresas.

Diante dessas incertezas, a ata destacou a necessidade de agir com cautela na definição de futuras medidas de política monetária. Além disso, os participantes consideraram que os riscos se tornaram mais ambivalentes. Enquanto os mercados globais de matérias-primas e o mercado imobiliário robusto podem aumentar a inflação, os mercados financeiros mais restritivos, o desaceleramento do crescimento global e greves trabalhistas recentes representam riscos para o crescimento econômico e o emprego.

Apesar das autoridades públicas concordarem que ainda há trabalho a ser feito, dado que as principais medidas de inflação permanecem acima de 3%, a ata mostrou crescente preocupação com o risco de aumentos de juros excessivos que possam desacelerar a atividade econômica a ponto de levar as empresas a demitirem um grande número de trabalhadores.

Em geral, o desempenho econômico estável, apesar dos aumentos de taxas agressivos nos últimos 19 meses, manteve o desemprego em níveis baixos, mesmo com a inflação caindo dos picos observados em meados de 2022. O debate atual gira em torno da necessidade de uma política monetária ligeiramente mais restritiva ou da possibilidade de que os preços continuem a cair sem a necessidade de mais aumentos nas taxas de juros.