Assaí (ASAI3) enfrenta queda de 9% após retenção de R$ 1,27 bi pela Receita Federal
As ações do Assaí (ASAI3) caíram 9% após a Receita Federal do Brasil determinar o arrolamento de ativos no valor de R$ 1,27 bilhão, em razão de contingências tributárias relacionadas ao GPA (PCAR3).

Na tarde desta segunda-feira (30), as ações do Assaí (ASAI3) apresentaram uma forte queda de 9,11%, alcançando o valor de R$ 7,38. Essa desvalorização se deu após a Receita Federal do Brasil (RFB) emitir um termo que determinou o arrolamento de ativos da companhia no valor de R$ 1,265 bilhão, em decorrência de contingências tributárias relacionadas ao Grupo Pão de Açúcar (GPA, PCAR3).
O evento gerou preocupação no mercado, levando investidores a reavaliarem suas posições em relação ao Assaí. O arrolamento é um procedimento utilizado pela Receita para garantir a arrecadação de tributos, e neste caso, refere-se a dívidas tributárias que o GPA mantém, as quais ainda estão em discussão. Embora o Assaí tenha ressaltado que essa medida não impede a venda de ativos, o clima de incerteza se espalhou rapidamente.
A determinação da Receita Federal abrange contingências tributárias referentes às operações do GPA, incluindo hiper e supermercados, além de postos de gasolina, até o ano de 2020, anterior à cisão do Assaí. A empresa esclareceu que a notificação se deu devido à percepção da Receita de que o Assaí é uma parte “relacionada” ao GPA, mesmo com a gestão das operações sendo separada.
Segundo a análise da XP Investimentos, não há previsões de impactos materiais significativos no balanço ou fluxo de caixa do Assaí. No entanto, a corretora adverte que essa situação pode aumentar a percepção de risco dos investidores, resultando em um ambiente mais volátil para as ações da empresa. É crucial que os acionistas e analistas mantenham um olhar atento sobre a evolução desse cenário.
Para entender melhor o que está em jogo, é importante recordar que a cisão do Assaí do GPA foi um movimento estratégico que buscou separar as operações do atacarejo das atividades do grupo de supermercados. O acordo de cisão, que foi celebrado anteriormente, não estabelece responsabilidade conjunta por passivos anteriores, indicando que o GPA deverá compensar o Assaí por eventuais perdas que possam surgir em decorrência dessa situação.
O setor de atacarejo, onde o Assaí opera, tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por uma mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros, que têm buscado mais opções de compra em grandes quantidades para economizar. O desempenho das ações de empresas do setor, no entanto, está sujeito a fatores externos, como a regulação tributária, que podem influenciar a confiança dos investidores.