No setor de papel e celulose, a Suzano (SUZB3) emerge como a preferida, conforme aponta recente relatório desenvolvido pelo Research da XP. Mesmo diante de um momento desafiador para os preços da celulose, a Suzano mantém uma posição sólida, respaldada por um projeto significativo de expansão de capacidade no Brasil.

O head de Papel e Celulose do Research da XP, Lucas Laghi, destaca a relevância do projeto da Suzano, previsto para o próximo ano, que visa aumentar a capacidade da empresa e fortalecer sua liderança no mercado de celulose de fibra curta. O investimento é projetado para impulsionar o lucro operacional, especialmente em 2025.

Os analistas da XP observam que o setor caminha em direção à normalização do ciclo, superando a incerteza que envolveu os investidores durante os sucessivos aumentos de preços desde maio de 2023, quando os preços da celulose atingiram seu menor patamar no ciclo.

Apesar da previsão conservadora de normalização dos preços da celulose a longo prazo, a XP acredita que o setor continuará a ser impulsionado por estoques abaixo da média, recuperação da demanda global e adições de capacidade programadas para o segundo semestre de 2024.

No que diz respeito à Suzano, a corretora destaca a estratégia da empresa em posicionar-se como produtora de commodities de menor custo, com projetos como o Cerrado, que representa aproximadamente R$ 22 bilhões em compromissos de investimentos. A XP ressalta que, ao desconsiderar o Cerrado até 2025, a avaliação correta do ativo deve excluir a posição da dívida líquida, compensando o baixo Ebitda na comparação do múltiplo futuro.

A XP estima que a Suzano (excluindo o Cerrado) está sendo negociada a 5,3 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda de 2024 (EV/Ebitda), com um desconto de 25% em relação à média histórica. Mesmo sem atribuir valor ao Cerrado, a empresa ainda apresenta um desconto de 19% em comparação com o histórico, segundo a corretora.

Além da Suzano, a cobertura da XP inclui Klabin, considerado o “player mais diversificado” com receita equilibrada entre celulose, papel e embalagens. Klabin recebe uma avaliação neutra, com margem de segurança limitada e múltiplo EV/Ebitda de 7,7 vezes.

Por fim, a Irani é destacada como “player puro” exposto à indústria brasileira de embalagens. Embora o setor tenha se beneficiado no cenário pós-pandemia, a Irani enfrenta um valuation pouco atrativo no potencial ciclo das indústrias de embalagens nacionais, impedindo uma visão mais otimista por parte do research da XP.