De acordo com uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na última quarta-feira (2), 51% dos entrevistados acreditam que a medida trará apenas uma melhora pequena para suas finanças, enquanto 33% enxergam um impacto significativo. Outros 16% não souberam ou preferiram não opinar.

O estudo também revelou que uma parcela expressiva da população já tem conhecimento sobre as mudanças propostas, e a criação de uma nova alíquota mínima para contribuintes de alta renda conta com amplo apoio popular. No entanto, a percepção sobre os efeitos da reforma varia conforme a faixa salarial dos entrevistados.

Impacto da isenção do IR nas finanças pessoais

A ampliação da faixa de isenção do IR pode beneficiar milhões de brasileiros, mas a expectativa de impacto financeiro é modesta para a maioria. Entre os que acreditam que a mudança trará apenas um alívio pequeno, 58% passariam a contar com isenção parcial e 44% seriam totalmente isentos. Já entre os que veem a medida como um grande avanço, 53% deixariam de pagar imposto por completo e 35% teriam redução parcial na tributação.

Apesar da divisão de opiniões, a proposta tem potencial para alterar significativamente o número de contribuintes que precisam declarar e pagar o imposto. Para aqueles que hoje pagam o IR, a atualização da tabela pode representar um alívio no orçamento, especialmente para os trabalhadores de menor renda.

Nível de conhecimento sobre a proposta e apoio à taxação de altas rendas

A pesquisa apontou que 53% dos entrevistados já estavam informados sobre a proposta antes do levantamento, enquanto 46% tomaram conhecimento das mudanças durante a pesquisa. Desses, 66% afirmaram entender completamente as novas regras, ao passo que 33% admitiram ter dúvidas ou não compreender integralmente as alterações.

Além da isenção do IR, outro ponto debatido é a possibilidade de criação de uma alíquota mínima para contribuintes de maior renda. A medida tem o apoio de 59% da população, enquanto 31% se posicionaram contra, 2% se declararam indiferentes e 8% não souberam responder.

Variação na opinião conforme a faixa de renda

O apoio à taxação de altas rendas se mostrou relativamente uniforme entre as diferentes faixas salariais, com aprovação de 58% entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, 60% entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos e 58% entre os que recebem acima de cinco salários mínimos.

Por outro lado, a rejeição à proposta cresce conforme a renda aumenta. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 26% são contrários à medida, enquanto esse percentual sobe para 32% na faixa intermediária e chega a 37% entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos. Esse dado sugere que, embora a proposta tenha aceitação ampla, existe uma resistência maior entre os contribuintes que podem ser mais impactados pela criação da nova alíquota.

Metodologia da pesquisa

O levantamento foi realizado pelo instituto Quaest a pedido da Genial Investimentos, entre os dias 27 e 31 de março de 2025. No total, 2.004 pessoas com 16 anos ou mais foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil. A pesquisa tem uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.