A AliExpress e a Shopee informaram que anteciparão para 27 de julho a cobrança de 20% do Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50. Vale lembrar que o Ministério da Economia havia definido o início da cobrança, conhecida como “taxa das blusinhas”, para o dia primeiro de agosto.

Segundo a AliExpress, a antecipação é necessária para ajustar as declarações de importação. Já a Shopee explicou que os pedidos realizados em 27 de julho terão a Declaração de Importação de Remessas emitida a partir de 1º de agosto.

Por outro lado, a Shein anunciou que seguirá a data estabelecida pelo governo federal. Apesar disso, alertou que compras internacionais feitas dois ou três dias antes de 1º de agosto poderão ser tributadas devido ao intervalo entre a compra e a declaração de importação à Receita Federal.

Sobre a “taxa das blusinhas”

No mês de junho, foi aprovada e sancionada a cobrança de um imposto de 20% sobre compras internacionais de até 50 dólares, popularmente conhecida como “taxa das blusinhas”.

Conforme as novas regras da Receita Federal, no dia primeiro de agosto essas compras internacionais deixarão de ser isentas, mesmo que o valor seja inferior a US$ 50. Na soma total, o consumidor pagará o imposto federal de 20% sobre o valor da compra, mais o ICMS, que é o imposto estadual já cobrado anteriormente.

Já para os produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3.000, a taxa será de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto.

Impactos causados pela taxa

Desde a aprovação da lei, as varejistas internacionais têm buscado se ajustar para evitar perder participação no mercado. A AliExpress, por exemplo, começou a comercializar seus produtos por meio do Magazine Luiza (MGLU3). Enquanto isso, a Shopee, que tem uma produção majoritariamente nacional e está isenta do imposto, agora lidera entre as concorrentes no varejo.

“A Shopee atua no Brasil desde 2019 e, de acordo com sua administração, 90% dos vendedores são locais e 80% dos produtos oferecidos na plataforma são fabricados no Brasil. Isso proporciona uma vantagem competitiva em relação ao imposto de importação de 20%”, ressaltam os analistas do BTG Pactual (BPAC11) em relatório divulgado em 10 de julho.

De acordo com o relatório, a Shopee, um dos principais nomes do e-commerce no país, atingiu um volume bruto de mercadorias (Gross Merchandise Volume – GMV) de R$ 20 bilhões em 2023. A empresa está fortalecendo sua plataforma local para enfrentar uma concorrência crescente, especialmente com a chegada da gigante Temu.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.