A Ambev (ABEV3) anunciou na noite de terça-feira (27) que Jean Jereissati deixará o cargo de CEO da companhia após cinco anos à frente da empresa. A partir de 1º de janeiro de 2025, Carlos Lisboa, que atualmente lidera as operações da AB InBev na América Central, assumirá o comando da Ambev. A notícia resultou em uma queda de 1,31% nas ações da companhia, que foram negociadas a R$ 12,86 durante o pregão desta quarta-feira (28). A mudança de liderança gerou diversas avaliações por parte de analistas e instituições financeiras, que destacam tanto desafios quanto oportunidades para a empresa.

O anúncio da troca de CEO na Ambev provocou um impacto imediato no mercado. As ações da companhia caíram 1,31%, refletindo a reação dos investidores à mudança na liderança. Jean Jereissati, que esteve no cargo por cinco anos, é substituído por Carlos Lisboa, que trará novas perspectivas à gestão da empresa a partir do início de 2025. A movimentação nas ações destaca o sentimento de incerteza no mercado, que está observando atentamente como a transição de liderança afetará a estratégia e o desempenho da Ambev.

O BTG Pactual comentou que, apesar da expectativa de continuidade na estratégia da Ambev, a troca de CEO acontece em um momento crítico. Com o preço do litro de cerveja atingindo níveis históricos e a concorrência se intensificando, a Ambev enfrenta desafios significativos. A empresa precisará provar sua capacidade de manter o poder de precificação e adaptar-se ao cenário competitivo. O banco adota uma postura neutra quanto às ações da Ambev até que se observe uma reviravolta clara no crescimento da empresa.

Os analistas da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI expressaram surpresa com a mudança na liderança da Ambev, mas reconheceram que a rotatividade de CEOs é uma prática comum na empresa e na AB InBev. Durante a gestão de Jereissati, a Ambev passou por uma transformação significativa, adotando uma mentalidade mais centrada no consumidor. Embora as margens de lucro ainda estejam abaixo das máximas históricas, a posição competitiva da empresa melhorou. Ambos os analistas mantêm uma recomendação neutra para as ações da Ambev, com um preço-alvo de R$ 13. Eles esperam que a continuidade das prioridades estratégicas seja mantida sob a nova liderança. 

O Banco Safra acredita que, apesar da mudança de liderança, não são esperadas grandes mudanças estratégicas na Ambev devido à experiência prévia de Carlos Lisboa em cargos de liderança sênior. No entanto, o banco aponta para desafios futuros, como a intensa concorrência no mercado brasileiro e a fraqueza em mercados como Argentina e Canadá. Além disso, há preocupações sobre possíveis alterações no regime tributário que podem impactar o poder de lucro da empresa. O Safra mantém a recomendação de venda para as ações da Ambev, destacando que o cenário atual e a avaliação das ações são exigentes.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.