A 123milhas, segundo informações do relatório da CPI das Pirâmides Financeiras, revelou ter dívidas de empréstimos bancários que totalizam R$ 115,8 milhões. A empresa, em comunicado ao UOL, admitiu essa dívida, porém, negou qualquer irregularidade em seus balanços financeiros. O principal credor da companhia é o Banco do Brasil, com um montante a receber de R$ 97,1 milhões, e o banco optou por não comentar o assunto.

Conforme detalhado no relatório, a 123milhas contraiu empréstimos no valor de pelo menos R$ 334.451.211,69 em várias de suas contas, enquanto pagou R$ 218.626.728,07 em amortizações, resultando em uma pendência de amortização [dívida] de R$ 115.824.483,62 em termos nominais.

O relatório também enfatizou que a 123milhas estava operando em déficit e insolvência desde 2019, o que levou suas dívidas bancárias a crescerem de forma exponencial ao longo do tempo.

De acordo com o deputado Ricardo Silva (PSD-SP), relator da CPI, o relatório destacou que, apesar das dívidas significativas com os bancos, a empresa continuou apresentando resultados positivos em seus balanços, o que permitiu o pagamento de dividendos aos acionistas. Em 2021, a empresa distribuiu R$ 17,8 milhões em dividendos aos sócios, enquanto em 2022, o montante foi de R$ 10.360. Esses pagamentos milionários aos proprietários da empresa foram confirmados por Augusto Madureira, sócio da 123milhas, durante seu depoimento à CPI.