Operação mapa de milhas: 123 Milhas é investigada por lavagem de dinheiro e estelionato
Na manhã desta quinta-feira, 1 de fevereiro, a 123 Milhas, incluindo a MaxMilhas, foi alvo da operação “Mapa de Milhas”, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais, com o apoio da Polícia Civil. A ação resultará na execução de 17 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas localizados em Belo […]

Na manhã desta quinta-feira, 1 de fevereiro, a 123 Milhas, incluindo a MaxMilhas, foi alvo da operação “Mapa de Milhas”, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais, com o apoio da Polícia Civil. A ação resultará na execução de 17 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas localizados em Belo Horizonte. A principal suspeita em foco é a prática de lavagem de dinheiro.
A investigação, sob responsabilidade da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), também se estenderá à apuração de possíveis crimes de estelionato, cometidos por meio de uma associação criminosa. Esses crimes teriam causado prejuízos milionários a milhares de pessoas em todo o país.
A ação contou com a participação de oito promotores de Justiça, cinco delegados da Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público.
Crise na empresa não se limita a operação mapa de milhas
O cenário conturbado para a 123 Milhas não se limita às investigações em curso. Em agosto do ano passado, a empresa anunciou a suspensão dos pacotes de viagens da linha “Promo”, uma opção mais acessível, que já haviam sido pagos pelos clientes. A solução oferecida foi o reembolso em vouchers, restringindo a alternativa dos clientes.
Posteriormente, em setembro, a Justiça de Minas Gerais acatou o pedido de recuperação judicial da 123 Milhas, medida que foi temporariamente suspensa após o Banco do Brasil recorrer. O banco argumentou que a empresa não apresentou todos os documentos necessários para o processamento adequado da recuperação judicial.
Em um desdobramento, a recuperação judicial foi estendida às empresas Maxmilhas e Lance Hotéis, ambas pertencentes ao mesmo grupo econômico. Juntas, essas empresas acumulam uma dívida superior a R$ 2,5 bilhões com credores.
Outro capítulo desafiador para a 123 Milhas ocorreu em outubro, quando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras recomendou o indiciamento de 45 pessoas, incluindo oito sócios da 123 Milhas. A empresa, no entanto, negou veementemente qualquer envolvimento em esquemas de pirâmide financeira.
Em janeiro deste ano, o imbróglio judicial ganhou um novo episódio, com a 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte determinando a suspensão do processo de recuperação judicial da 123 Milhas.