Os dados operacionais preliminares divulgados pela Petrobras (PETR4; PETR3) relativos ao segundo trimestre de 2023 estão levantando preocupações entre os analistas devido às margens. A divulgação desses números na quarta-feira (26) foi seguida por uma queda nas ações da empresa por volta das 14h15.

O papel PETR4 caiu 3,06%, sendo negociado a R$ 30,05, enquanto a ação PETR3 registrou uma perda de 3,74%, com o valor de R$ 33,17.

Números

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil teve uma diminuição de 0,6% durante o período de abril a junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa redução foi atribuída a desinvestimentos, atividades de manutenção e ao declínio natural dos campos de petróleo mais antigos, de acordo com informações divulgadas pela empresa.

No segundo trimestre, a Petrobras produziu em média 2,1 milhões de barris de petróleo por dia no país, em comparação com os 2,11 milhões de barris por dia do ano anterior. Além disso, em relação ao primeiro trimestre deste ano, houve um recuo ainda maior, de 1,8%, segundo a empresa.

Considerando a produção total de petróleo e gás, tanto no Brasil quanto no exterior, a Petrobras registrou uma média diária de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente entre abril e junho, o que representou uma diminuição de 0,6% em relação ao segundo trimestre de 2022 e uma queda de 1,5% em relação ao primeiro trimestre.

A produção no pós-sal no Brasil, por sua vez, teve uma média de 346 mil barris por dia, sofrendo uma queda de 20,3% em comparação com o ano anterior e um recuo de 9,7% em relação ao trimestre anterior. A Petrobras atribuiu essa redução a paradas e atividades de manutenção, além do declínio natural dos campos maduros e desinvestimentos.

Além disso, a Petrobras informou que suas vendas totais de petróleo, gás e derivados tiveram uma queda de 9,3%, totalizando 2,82 milhões de barris de óleo equivalente por dia, sendo que as vendas domésticas representaram 2,14 milhões de barris por dia.

Estimativas da XP para resultado da Petrobras

A XP Investimentos avaliou que os resultados preliminares da empresa estatal estão em consonância com suas expectativas, embora a produção de derivados tenha excedido ligeiramente as estimativas.

Com base nesses dados, a XP prevê outro trimestre sólido, embora haja uma deterioração em relação ao trimestre anterior, devido a condições macroeconômicas mais fracas e volumes de vendas menores. A projeção para o Ebitda ajustado é de US$ 11,7 bilhões, representando uma queda de 16% em relação ao trimestre anterior.

Dividendos da Petrobras: o que esperar?

A XP Investimentos ressaltou que a empresa estatal provavelmente implementará uma nova política de dividendos até que seus resultados financeiros sejam divulgados e os dividendos sejam declarados.

De acordo com a política atual, os dividendos esperados seriam em torno de US$ 3,7 bilhões. No entanto, a XP estima que a nova política reduzirá a distribuição de valor para os acionistas, fixando-a em 40% do FCO menos Capex, resultando em dividendos na ordem de US$ 2,5 bilhões.

Também foi observado que essa estimativa tem um viés positivo de risco, baseado na crença de que a Petrobras encerrou o trimestre com um caixa de aproximadamente US$ 15 bilhões e níveis baixos de dívida bruta.