Não é exagero afirmar que Barack Obama é um dos nomes mais influentes da história política dos Estados Unidos. Filho de um queniano e uma norte-americana de ascendência inglesa, o advogado fez história em 2008 ao se tornar o primeiro afro-americano a assumir a presidência do país.

Reconhecido por sua oratória envolvente, Obama construiu sua trajetória com discursos impactantes e um legado marcante. Embora sua carreira seja repleta de feitos notáveis, neste artigo destacamos os principais momentos que ajudaram a moldar sua jornada política e seu impacto no cenário global. Continue sua leitura, e acompanhe!

Quem é Barack Obama?

Barack Hussein Obama II é uma figura influente por diversos aspectos. Trabalhou como organizador comunitário, advogado de direitos civis e professor de direito constitucional na Universidade de Chicago. Politicamente, representou o 13º distrito no Senado de Illinois de 1997 a 2004, e foi eleito Senador dos Estados Unidos em 2005. 

Em 2008, chegou a posição que o colocaria entre as pessoas mais conhecidas do globo. Naquele ano, Obama se tornou o 44º presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro afro-americano a ocupar o cargo. Durante sua presidência, de 2009 a 2017, ele implementou a Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente (Obamacare), programas de estímulo econômico em resposta à Grande Recessão e a retirada das tropas de combate dos EUA do Iraque. 

O agora ex-presidente é casado com a advogada e escritora Michelle LaVaughn Robinson Obama desde 1992. Com ela, têm duas filhas, Malia e Sasha. Quanto ao seu perfil, Obama é conhecido por sua eloquência, visão de reformas sociais e econômicas, e, para muitos, representa um símbolo de mudança e progresso nos Estados Unidos.

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Origens e juventude

Nascido em Honolulu, Havaí (EUA), em 4 de agosto de 1961, o ex-presidente é filho do queniano Barack Obama – de quem herdou o nome – e da estadunidense de ascendência inglesa Ann Dunham. O casal se conheceu na Universidade do Havaí em 1960, quando ambos frequentavam a instituição de ensino. 

No ano seguinte, em 2 de fevereiro de 1961, se casaram em Waikulu, região também localizada no estado do Havaí. Após a separação de seus pais, Barack Obama passou a infância ao lado de sua mãe, Ann, que se mudou para a Indonésia para viver com Lolo Soetoro, com quem se casou em 1965.

Infância na Indonésia 

Barack viveu sua infância na Indonésia, onde frequentou duas escolas em Jacarta: a Escola Primária Católica de São Francisco de Assis e a Escola Primária Estadual de Menteng. As duas escolas lecionavam em indonésio, o que permitiu que ele se tornasse fluente no idioma. Sua mãe, por sua vez, complementava o aprendizado do inglês por meio de aulas particulares em casa, seguindo o currículo da Calvert School.

Retorno aos EUA 

Em 1971, Barack retorna para Honolulu, no Havaí, onde passou a morar com seus avós maternos, Madelyn e Stanley Dunham. Lá, ele ingressou na 5ª série na Punahou School, uma escola preparatória particular para a faculdade. Aos dez anos, Jorge foi aceito na Punahou School graças a uma bolsa de estudos, onde concluiu o ensino médio em 1979.

Formação acadêmica

Em 1981, Jorge ingressou na Universidade de Columbia, em Nova York, para estudar Ciências Políticas. Sete anos depois, em 1988, ele foi admitido na Escola de Direito de Harvard, onde se destacou e, em 1989, tornou-se o primeiro afro-americano a ser editor da Harvard Law Review.

Barack Obama na política: dos primeiros passos ao Senado

  • Início na política: atuou como líder comunitário e professor de direito constitucional em Chicago. Em 1996, foi eleito para o Senado de Illinois, onde permaneceu até 2004.
  • Tentativa frustrada: em 2000, disputou uma vaga na House of Representatives – equivalente à Câmara dos Deputados, mas não obteve sucesso.
  • Caminho para o Senado: em 2002, iniciou sua campanha para o Senado, alinhando-se ao consultor político David Axelrod. Sua oposição à Guerra do Iraque fortaleceu sua imagem.
  • Ascensão política: em 2004, venceu as primárias democratas e, em julho, fez um discurso marcante na Convenção Nacional Democrata, ganhando projeção nacional.
  • Eleição para o Senado: em novembro de 2004, foi eleito senador com quase 70% dos votos e tomou posse em janeiro de 2005. Durante seu mandato, destacou-se por sua atuação legislativa, mas, em 2008, renunciou ao cargo para se dedicar integralmente à campanha presidencial, lançada no ano anterior.

Escalada à presidência dos EUA

Em 2007, Barack Obama anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos, consolidando-se como uma das figuras mais influentes do Partido Democrata. Com um discurso voltado para a mudança e a esperança, sua campanha rapidamente ganhou força, mobilizando milhões de eleitores e conquistando amplo apoio popular.

Campanha internacional e o fortalecimento da imagem global

Ao longo de 2008, a candidatura de Obama passou a ganhar projeção internacional. Em uma estratégia para reforçar sua visão diplomática e seu compromisso com a política externa, ele visitou países estratégicos, como Afeganistão, Iraque, Jordânia e Israel, além de nações europeias como Inglaterra, França e Alemanha. 

Um dos momentos mais emblemáticos dessa fase foi seu discurso em Berlim, onde reuniu aproximadamente 200 mil pessoas, demonstrando sua capacidade de mobilização além das fronteiras dos Estados Unidos.

Impacto da crise econômica e virada sobre McCain

No segundo semestre de 2008, os Estados Unidos enfrentaram uma grave crise econômica, o que gerou um desgaste significativo para o então presidente George W. Bush e para o Partido Republicano. Esse cenário favoreceu Obama, que passou a se impor nas pesquisas contra seu adversário, John McCain. Sua plataforma de campanha prometia mudanças profundas na economia e maior apoio à classe média.

A relação com Cuba e a promessa de diálogo

Durante a campanha, Obama manifestou interesse em reaproximar os Estados Unidos de Cuba, defendendo negociações diretas “sem precondições”. Seu discurso indicava uma mudança na postura norte-americana em relação à ilha, com a intenção de promover avanços democráticos por meio do diálogo.  Essa posição foi confirmada anos depois, em 2016, quando ele se tornou o primeiro presidente dos EUA a visitar Cuba em 88 anos.

Vitória histórica e o início do mandato

Barack Obama ex-presidente dos EUA
Posse de Barack Obama em 2009 (imagem: Folha de S. Paulo/reprodução)

Com uma vantagem de quase 10 milhões de votos sobre McCain e um total de 365 votos no Colégio Eleitoral – muito acima dos 270 necessários para a vitória –, Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos em novembro de 2008. 

Sua vitória foi histórica, não apenas pela expressiva margem de votos, mas também pelo fato de ter se tornado o primeiro presidente negro da história dos EUA

Em janeiro de 2009, ao assumir a presidência dos Estados Unidos, Obama reafirmou o compromisso do país com a estabilidade global, destacando a importância da diplomacia e da cooperação internacional na construção de um mundo mais seguro. Em seu discurso de posse, enfatizou a necessidade de reforçar alianças estratégicas e dialogar com nações adversárias, buscando reduzir tensões geopolíticas e promover a paz mundial.

Nesse contexto, anunciou um ambicioso plano de ajuda econômica voltado para o Oriente Médio e o norte da África, visando estimular o desenvolvimento, fortalecer economias fragilizadas e apoiar processos de transição democrática na região.

Ainda em seu primeiro ano de governo, Obama reiterou seu compromisso com o desarmamento nuclear ao declarar: “Trabalharemos sem descanso com velhos amigos e antigos inimigos para reduzir a ameaça nuclear.” Esse posicionamento resultou em avanços concretos na política internacional, como o acordo entre Estados Unidos e Rússia para a redução de seus arsenais nucleares e a histórica negociação com o Irã, que culminou em um pacto nuclear

Como foi o governo Obama?

O primeiro mandato de Barack Obama (2009-2012) foi marcado por uma série de eventos e políticas significativas. Separamos alguns dos aspectos que mais marcaram o governo do democrata durante o referido recorte: 

Crise de 2008

Obama assumiu a presidência em meio à crise financeira de 2008, uma das piores desde a Grande Depressão. A crise foi causada pelo colapso do mercado imobiliário nos Estados Unidos, levando à falência de grandes instituições financeiras. 

A ressecção econômica esteve no centro das discussões em todos os setores da administração Obama durante seu primeiro mandato. Para enfrentá-la, o presidente implementou um pacote de estímulo econômico, com investimentos estratégicos em infraestrutura, energia limpa e educação.

Obamacare

O “Patient Protection and Affordable Care Act”, mais conhecido como Obamacare, foi uma das principais realizações do governo Obama. A lei, sancionada em 2010, visava tornar o sistema de saúde mais acessível e reduzir os custos médicos. 

O programa foi desenvolvido para ampliar o acesso à saúde para uma parcela substancial da população que não contava com a cobertura de planos de saúde. Entre suas principais medidas, destacou-se a expansão do Medicaid e a criação de mercados de seguro de saúde, além da proibição da recusa de cobertura com base em condições preexistentes.

EUA x Osama Bin Laden

Em 2011, durante o governo Obama, os Estados Unidos localizaram e mataram Osama Bin Laden, o líder da Al-Qaeda responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001. A operação foi realizada por forças especiais da Marinha dos EUA em Abbottabad, no Paquistão

Após a localização daquele então considerado o inimigo dos EUA, Obama autorizou um “ataque cirúrgico”, recusando a alternativa de bombardear todo o complexo. Após o sucesso da operação, o então presidente comentou que a “Justiça foi feita”, ao anunciar a morte do terrorista em transmissão ao vivo na Casa Branca. 

Tropas americanas no Iraque

Antes mesmo de chegar à presidência, Obama já se posicionava veementemente em desfavor dos conflitos no Iraque. Após atingir o pico de 170 mil soldados em 2007, o governo americano, ainda liderado por George W. Bush, iniciou a redução da presença americana no país. 

Sob o governo Obama, essa retirada se intensificou, impulsionada pela diminuição da violência no Iraque, culminando com o fim das operações de combate em 2010. Em 2011, Obama anunciou o fim da missão de combate dos EUA no país. No entanto, a instabilidade na região e a ascensão do Estado Islâmico levaram a uma reintervenção em 2014.

Reeleição em 2012

Reeleito em 2012, Obama garantiu um segundo mandato em uma disputa mais acirrada. Em 6 de novembro, conquistou pouco mais de 50% dos votos, enquanto seu adversário republicano e ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, obteve 48%. Com essa vitória, tornou-se o primeiro presidente democrata, desde Franklin Roosevelt, a ser eleito duas vezes com a maioria do voto popular.

O cenário favorável para Obama e o Partido Democrata nas eleições teve um ponto de inflexão a partir de 2014. Apesar da recuperação econômica e da queda contínua do desemprego, a insatisfação com o governo cresceu, refletindo-se no desempenho dos democratas nas urnas. 

Os republicanos, que já haviam conquistado a maioria na Câmara dos Representantes em 2012, ampliaram seu domínio ao assumir também o controle do Senado. A popularidade de Obama, segundo pesquisa do Instituto Gallup divulgada pela BBC, atingiu um de seus níveis mais baixos: apenas 40% dos norte-americanos aprovavam sua administração, enquanto 54% a reprovavam.

Obama x Trump

Para a surpresa de muitos, Donald Trump, empresário e apresentador de um popular reality show, emergiu como a principal figura do Partido Republicano e conquistou a indicação para a disputa presidencial. Sua candidatura foi marcada por um forte discurso populista e pela promessa de romper com as políticas da administração Obama, adotando uma postura agressiva e se apresentando como o verdadeiro antípoda do então presidente. 

Desde 2010, Trump já vinha explorando narrativas controversas para deslegitimar Obama, sendo a mais notória delas a falsa e preconceituosa teoria de que o presidente, nascido no Havaí, não seria cidadão americano de nascimento. Essa alegação, apesar de amplamente desmentida, serviu para mobilizar setores mais radicais do eleitorado conservador e consolidar a imagem de Trump como um opositor ferrenho do governo democrata.

Saiba+

Pós-presidência: o que faz Barack Obama atualmente?

Desde que deixou a Presidência, Barack Obama tem se mantido ativo em diversas frentes, consolidando sua influência política, social e cultural. Ao lado de sua esposa, Michelle Obama, fundou a Obama Foundation, uma organização voltada para o desenvolvimento de lideranças e o fortalecimento da cidadania global.

Além do trabalho filantrópico, Obama continua exercendo um papel relevante no cenário político e social. Ele participa ativamente de campanhas eleitorais, apoiando candidatos democratas e reforçando a importância da democracia, dos direitos civis e do engajamento cívico. 

O ex-presidente também segue influente no campo intelectual, tendo lançado vários livros desde que deixou o cargo, incluindo suas memórias, Uma Terra Prometida, publicadas em 2020, que detalham sua trajetória política e os desafios enfrentados durante seu governo.

Fora do ambiente político tradicional, Obama, em parceria com o cantor Bruce Springsteen, lançou o podcast Renegades: Born in the USA, onde os dois discutem temas como música, política, identidade americana e experiências pessoais. 

Polêmicas envolvendo Barack Obama

Grampos e invasão de privacidade

Durante o governo Obama, houve polêmicas relacionadas à vigilância e invasão de privacidade. Em 2013, Edward Snowden, ex-contratado da NSA, revelou a extensão dos programas de vigilância do governo dos EUA, que incluíam a coleta de dados telefônicos e de internet de milhões de americanos. Essas revelações geraram um debate intenso sobre privacidade e segurança nacional. 

Política externa dos EUA no Oriente Médio

A política externa de Obama no Oriente Médio foi marcada por uma abordagem pragmática e reativa. Ele herdou guerras no Iraque e no Afeganistão e buscou reduzir a presença militar dos EUA na região. No entanto, a ascensão do Estado Islâmico e a guerra civil na Síria complicaram seus esforços e geraram opiniões controversas sobre as medidas do então presidente na região. 

Ausência de Michele e suposto caso com Jennifer Aniston

Mais recentemente, a ausência de Michelle Obama em eventos importantes, como a posse de Donald Trump e o funeral de Jimmy Carter, gerou especulações sobre a estabilidade de seu casamento com Barack Obama. Rumores de um possível affair entre Barack Obama e a atriz Jennifer Aniston também surgiram, embora ambos tenham negado categoricamente qualquer envolvimento amoroso. 

Michelle justificou suas ausências citando compromissos pessoais e férias prolongadas, além de sua conhecida aversão a Trump. Para ela, o presidente representa uma “ameaça à democracia”. Ao mesmo passo, o ex-presidente e a atriz famosa pela série Friends, desmentiram todas as falas sobre o suposto caso extraconjugal.

Impacto e Legado de Barack Obama

O legado de Barack Obama é amplo e complexo, refletindo uma presidência marcada por conquistas históricas e desafios significativos. De fato, ele será eternamente lembrado como o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, um marco que por si só transformou a política americana. 

Dentre suas principais realizações, destaca-se a recuperação econômica que seguiu a crise de 2008, o que garantiu uma trajetória de crescimento e redução do desemprego nos anos subsequentes. 

Também cabe outra menção ao Obamacare, que embora tenha gerado controvérsias durante seu segundo mandato, foi uma reforma amplamente considerada essencial, haja visto que a saúde nos EUA é majoritariamente privada, com procedimentos básicos a custos elevados. 

Entretanto, muitas das políticas de Obama encontraram forte oposição durante sua presidência e, após sua saída do cargo, muitas delas foram desafiadas e revertidas por seu sucessor, Donald Trump, que agora em 2025 começa seu segundo mandato, após o governo de Joe Biden. Mesmo assim, a influência do ex-presidente sobre a política americana permanece inegável. Ele deixou uma marca duradoura, que continua a ressoar no debate público.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.