Restaurante Vikings fatura mais de R$ 22 milhões por ano
Após consolidar sua presença no mercado carioca com um faturamento na casa dos milhões, o temático avança para São Paulo com foco na expansão por franquias.
Imagem: ParkJacarepaguá/Reprodução
Inspirado na cultura nórdica e conhecido pela experiência gastronômica imersiva que oferece, o restaurante Vikings conquistou seu espaço no mercado carioca e, agora, chega em São Paulo. O modelo, que combina a força da temática com estratégias sólidas de expansão, levou os empresários Adriano Cosme e Victor Rosário a estabelecerem um negócio que já fatura milhões ao ano.
O sucesso do empreendimento desperta atenção não apenas dos fãs de empreendimentos deste tipo, mas também de investidores e empresários que enxergam na proposta um exemplo de inovação no setor de restaurantes temáticos.
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Origem e conceito do Restaurante Vikings
Antes mesmo de fundar a rede de restaurante de faturamento milionário em 2012, a dupla Adriano Cosme e Victor Rosário já acumulava mais de uma década de experiência atuando no setor de food service.
A ideia de criar um negócio próprio surgiu de forma semelhante à trajetória de muitos grandes empreendedores: ao identificar uma lacuna no mercado e transformá-la em oportunidade.
Segundo Rosário, a brecha veio da quase inexistente presença de restaurantes temáticos no Rio de Janeiro — especialmente com a temática viking, bastante popular por aqui. Para o sócio, o negócio se apoiou justamente nesse diferencial, já que o mercado regional era marcado por forte competitividade.
O empreendedor explica que a ideia era apostar na experiência, considerando que “a culinária escandinava é muito específica e nada adaptada ao nosso paladar”, diz. Por isso, o ambiente do restaurante, assim como os pratos, foi pensado para recriar cenários inspirados na cultura viking, oferecendo ao público não apenas uma refeição, mas uma verdadeira imersão temática.
“A imersão lúdica é o grande diferencial para que o Vikings seja bem-sucedido. Além disso, nosso cardápio diverso, com carnes, massas e hambúrgueres, agrada em cheio aos clientes”, disse Rosário ao O Globo, no aniversário de 10 anos da rede, em 2010.
Estratégias de marketing e expansão da marca
O primeiro restaurante Vikings nasceu em 2012, em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense. A abertura veio a partir de um investimento de R$ 800 mil em capital próprio dos sócios Adriano Cosme e Victor Rosário, que apostaram em um cardápio focado em hambúrgueres, apresentados com nomes e visuais que faziam alusão à mitologia nórdica.
A combinação da gastronomia com o ambiente temático se mostrou um sucesso imediato, impulsionando a abertura de novas unidades — entre elas, a da Barra da Tijuca, inaugurada dois anos depois, que chegou a registrar filas de até quatro horas, segundo Rosário.
Em pouco mais de sete anos, a rede já somava oito unidades. No entanto, a pandemia de 2020 trouxe um duro revés para o setor e resultou no fechamento de quatro delas. Em 2023, os sócios iniciaram um processo de reestruturação e apostaram em duas frentes principais que ajudou a recuperar o crescimento:
- Rodízio como diferencial competitivo: até então, o foco estava no serviço à la carte e na ambientação temática. A inclusão do rodízio trouxe um produto de grande apelo, capaz de atrair grupos maiores e gerar fluxo constante ao longo da semana.
- Campanhas agressivas de marketing: ações promocionais, especialmente voltadas para aniversariantes, que incentivaram a formação de grupos maiores e garantiram movimento constante ao longo da semana.
Atualmente, a rede possui cinco unidades — quatro no Rio de Janeiro e uma em São Paulo — e registrou um faturamento de R$ 22,8 milhões em 2024.
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Modelo de negócio e funcionamento da rede
Quando se fala em modelo de negócio, o restaurante Vikings se enquadra no conceito de estabelecimento temático. A proposta não é ser uma cucina italiana, por exemplo, em que o foco na gastronomia vinda da Itália, sem necessariamente oferecer uma experiência completa que transporte o cliente para Nápoles ou Bolonha.
Como o próprio Rosário explica, diferente da culinária italiana, a cozinha do norte europeu — Suécia, Dinamarca, entre outros países — não é tão popular nem tão adaptada ao nosso paladar. Em contrapartida, a mitologia dessas regiões é muito presente no imaginário popular.
Imersão temática e cardápio variado
São esses termos que sustentam a proposta! Cada unidade é estruturada para proporcionar ao cliente uma verdadeira imersão no universo viking, com ambientação cênica, atendimento caracterizado e cardápio ajustado ao gosto brasileiro.

Aliado a isso, o restaurante se apoia em um menu amplo, que evita o nicho exclusivo, embora o hambúrguer tenha surgido como o primeiro grande protagonista.Hoje, o leque de opções inclui carnes, massas, esfihas, pastéis, pão de alho e, claro, os já tradicionais hambúrgueres, contemplando diferentes perfis de consumo.
Estratégia de preços e modelos de serviço
No funcionamento da rede, a estratégia está em equilibrar custo e escala, mantendo um ticket médio acessível para atrair um público diversificado, sem abrir mão da identidade temática que diferencia a marca. Nas unidades do Rio de Janeiro, esse ticket médio gira em torno de R$ 110.
O restaurante adota dois modelos de serviço. O cliente pode optar pelo à la carte — quando os pratos são escolhidos individualmente no cardápio — ou pelo rodízio — no qual se paga um valor fixo para consumir à vontade. Este último é o mais popular, responsável por cerca de 70% das visitas no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, porém, a modalidade ainda não está disponível no cardápio. De acordo com o empreendedor, a ideia é introduzir o rodízio de forma estratégica na capital paulista, priorizando os dias de menor movimento.
Franquia Vikings
A unidade mais recente, que marcou a expansão da rede além dos limites cariocas rumo a São Paulo, é a primeira franquia da companhia. Para os sócios, a entrada no franchising representa uma estratégia voltada ao crescimento sustentável da marca.
Para concretizar a expansão via franquias, os empresários dedicaram um ano inteiro ao desenvolvimento da nova formatação, estruturando processos e padrões que garantam a consistência da marca.
O foco principal foi atrair empreendedores comprometidos, dispostos a atuar próximos das operações e assegurar que a experiência oferecida em cada unidade siga fiel à proposta original do restaurante. A primeira unidade franqueada foi inaugurada em julho de 2025, no bairro do Tatuapé da capital paulista. A loja possui 550 m² de área e capacidade para 210 clientes.
Confira os valores e prazos médios para abertura e recuperação do capital investido em uma unidade franqueada:
| Investimento Inicial | Prazo de Retorno Estimado |
| R$ 1,8 milhão a R$ 2,3 milhões | 24 a 36 meses |
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Restaurantes temáticos: vale a pena investir?
A revista Shopping Centers relata que diversas redes temáticas no Brasil têm mostrado faturamentos bastante expressivos — algumas unidades pequenas já faturam mensalmente entre R$ 800 mil a R$ 1,4 milhão.
Pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor de restaurantes temáticos é citado como uma parte importante da tendência de “experiências gastronômicas” dentro do food service, algo que muitos especialistas veem como diferencial competitivo.
Em suma, trata-se de um mercado promissor, mas, assim como em qualquer empreendimento, não existe uma resposta única para a pergunta sobre valer ou não a pena investir. Especialistas ressaltam que o sucesso está condicionado a uma série de fatores.
De um lado, esse tipo de negócio atrai clientes pela experiência diferenciada, gera forte apelo nas redes sociais e permite cobrar preços mais altos quando a proposta é bem executada. Por outro, exige alto investimento inicial em decoração, ambientação e equipe, além de constante renovação para evitar que o tema perca relevância.
Como apontam consultores do setor de food service, fatores como localização estratégica, coerência entre cardápio e conceito, gestão eficiente e planejamento financeiro realista são determinantes para garantir retorno.
Perspectivas de investimento e futuro da rede Vikings
A rede Vikings já identificou 22 locais estratégicos na Grande São Paulo que apresentam sinergia com o conceito do restaurante, e a expectativa da empresa é consolidar sua presença nesses espaços ao longo dos próximos cinco anos.
Além da expansão na capital paulista, os sócios planejam levar o modelo do restaurante para outros estados, mirando cidades turísticas e destinos de grande fluxo de visitantes. Entre os locais estudados estão Gramado (RS) e o parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, apontando para uma estratégia que combina oportunidades de turismo e gastronomia.
O plano de crescimento da rede prevê a abertura de unidades próprias e franqueadas, unindo o controle da marca com a capilaridade oferecida pelo modelo de franquias. A projeção para 2025 é atingir um faturamento de R$ 30 milhões.
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