O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para uma reunião na tarde desta segunda-feira (11). Será o primeiro encontro dos dois desde o anúncio da companhia de que não distribuirá dividendos extraordinários aos investidores. A decisão resultou em uma queda significativa nas ações da empresa.

Em anúncio divulgado na quinta-feira (7), a Petrobras comunicou a decisão de não pagar dividendos extras. O conselho propôs a distribuição de dividendos ordinários de R$14,2 bilhões, sem pagamento extra. Paralelamente, a proposta sugere destinar R$43,9 bilhões para uma reserva estatutária.

Em pronunciamento oficial, a Petrobras argumenta que o valor alocado na reserva será destinado exclusivamente ao pagamento de dividendos futuros. De acordo com a empresa, a justificativa é de que os investimentos aprovados para 2024 e 2025 aumentarão a saída de recursos, impactando os dividendos. Assim, essa conta de reserva garante que os acionistas continuarão a receber retornos favoráveis. 

Segundo Prates, “a conta de reserva para remuneração de capital é uma novidade e foi criada como uma mudança estatutária, visando distribuir dividendos ao longo da linha do tempo”, afirmou em entrevista, na sexta-feira (8).

O presidente ainda complementou dizendo que “é dividendo e vai ser pago como dividendo, mas a cronologia pode variar e diferir ao longo do ano por causa de um evento futuro que pode reduzir os dividendos. Mas quem está conosco no longo prazo sabe que esse dividendo vai estar ali para ele”, conclui. 

Mercado reage de maneira negativa

Diante da notícia, o mercado reagiu de forma negativa, registrando uma perda de R$55,3 bilhões em valor de mercado na sexta-feira, conforme dados do consultor financeiro Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

Com isso, as ações ordinárias (PETR3) da Petrobras encerraram com uma queda de mais de 10%, enquanto os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 9% na Bolsa de Valores do Brasil (B3).

A reunião entre Lula e Jean Paul Prates, agendada para às 15 horas no Palácio do Planalto.