O que o Zagallo e Bill Gates têm em comum?
Parece piada, mas é sucessão patrimonial Por Fabi Mariano Recentemente um assunto tem sido recorrente na mídia com diferentes personagens e versões: decisões de herança e sucessão patrimonial de figuras públicas com grandes fortunas. Seja uma discussão póstuma ou ainda em vida, o tema levanta uma questão muito importante para aqueles que constroem um patrimônio […]
Parece piada, mas é sucessão patrimonial
Por Fabi Mariano
Recentemente um assunto tem sido recorrente na mídia com diferentes personagens e versões: decisões de herança e sucessão patrimonial de figuras públicas com grandes fortunas. Seja uma discussão póstuma ou ainda em vida, o tema levanta uma questão muito importante para aqueles que constroem um patrimônio robusto: como manter a harmonia familiar e evitar prejuízos quando o tema dinheiro (muito dinheiro) está no foco? Vamos ver alguns casos que chamaram a atenção recentemente.
Seja feita a sua vontade: polêmica
Após a morte do treinador Zagallo, em janeiro deste ano, teve início uma briga judicial pelo dinheiro deixado pelo ídolo do futebol nacional, avaliado em 15 milhões. A decisão final só saiu nessa semana. A polêmica aconteceu pela própria vontade de Zagallo que deixou a maior parte de sua herança para o filho caçula. A legislação brasileira obriga que ao menos 50% da herança seja partilhada entre todos os filhos, mas os outros 50% podem ser distribuídos como o “de cujus” desejar. Zagallo tinha três filhos, metade dos bens foi dividida entre os três, totalizando 12,5% para cada um. Assim, Mário Cesar tem direito a 62,5% dos bens deixados por Zagallo. Apenas nessa semana a justiça decidiu que a ordem deixada pelo treinador deve ser seguida, assim, o caçula realmente irá assumir a maior parte dos bens.
Filantropia ou truque?
Outro caso que chamou a atenção da mídia foi a de Bill Gates. Não, ele ainda não morreu, mas já trata a divisão de bens publicamente. E, para surpresa de alguns, os herdeiros do bilionário não devem se dar tão bem assim. Apesar de só ter 3 filhos, é a quarta filha que deve ser a maior beneficiária. Como assim? É assim que o Gates trata a Fundação Bill e Melinda Gates, que deve ficar com a maior parte do patrimônio avaliado em US$ 127 bilhões, de acordo com a Forbes. A Fundação foi criada em 2000 com o intuito de financiar iniciativas que combatam a desigualdade e auxiliem nas mudanças climáticas do mundo. Ao todo, a fundação já investiu US$ 53,8 bilhões em projetos sociais sem fins lucrativos. Para os filhos, a intenção do empresário é deixar “apenas” US$ 10 milhões, o valor é menos que 1% da fortuna total.
Apesar do tom humanitário, tem quem não acredite nas boas intenções do empresário. Comentários de que esse seria um truque para que os filhos tenham ainda controle sobre a fortuna deixada por Gates sem pagar tantos impostos, já que a taxa nos EUA desse tipo de ganho é de 40% e é considerado uma fonte importante de arrecadação para o governo norte-americano.
Na verdade, a iniciativa é discutida publicamente e conta com um nome de peso do mercado financeiro endossando. Warren Buffett e Bill e Melinda Gates criaram em 2010 o Giving Pledge, um projeto que incentiva bilionários a praticarem a filantropia em vida, desde sua criação, 104 bilionários assinaram o compromisso que já tem suas reais intenções debatidas por estarem sendo vinculadas a atividades políticas.
Está convencido?
Seja para manter a harmonia da casa ou para não pagar tantos impostos, o planejamento sucessório é uma ferramenta fundamental para a gestão de grandes fortunas, aliás, você não precisa ser o Bill Gates para precisar de uma, é uma ferramenta útil para qualquer pessoa que tenha uma quantia para dividir entre partes. Existem inúmeras estratégias para esse fim que evitam impacto tributário e protegem o patrimônio familiar. Além de evitar desgastes emocionais, a sucessão patrimonial garante legalmente como os bens e direitos serão distribuídos, considerando sempre a lei de cada localidade. Assim, o processo se torna mais simples, econômico e ágil.
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