Real Digital: tire suas dúvidas sobre a moeda virtual brasileira
Você já ouviu falar no Real Digital? Outros países como Estados Unidos e China já possuem suas moedas digitais, também conhecidas como CBDC, na sigla em inglês. Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 80% dos bancos centrais do mundo todo estão desenvolvendo moedas digitais. Neste artigo, tire todas as suas dúvidas sobre […]
Você já ouviu falar no Real Digital? Outros países como Estados Unidos e China já possuem suas moedas digitais, também conhecidas como CBDC, na sigla em inglês.
Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 80% dos bancos centrais do mundo todo estão desenvolvendo moedas digitais.
Neste artigo, tire todas as suas dúvidas sobre o Real Digital, a moeda virtual brasileira. Acompanhe!
O que será o Real Digital?
Desenvolvido pelo Banco Central (Bacen), o Real Digital será uma variante da nossa moeda, que é o Real. A intenção é que ele reduza as despesas com as operações bancárias e aumente o número de pessoas no mercado financeiro.
Na prática, será um sistema com duas moedas, veja abaixo.
De atacado ou Real Digital
A moeda de atacado será utilizada pelo Bacen e instituições financeiras autorizadas para a realização de pagamentos.
De varejo ou Real Tokenizado
Já a moeda de varejo será emitida pelo mercado, chegando ao consumidor final para a realização de transações de maneira direta entre as pessoas.
O que faz o Bacen?
Criado em 1964, o Bacen é uma autarquia federal, isto é, uma entidade pública com autonomia administrativa e financeira.
Ele é responsável por regular e fiscalizar o sistema financeiro nacional, emitir a nossa moeda nacional e gerir as reservas internacionais do Brasil.
Como funcionará o Real Digital?
Mais do que uma nova moeda, o Bacen está desenvolvendo uma nova infraestrutura com o Real Digital, explicou o chefe de ativos digitais do BTG Pactual, André Portilho, à plataforma Inteligência Financeira.
“Do mesmo jeito que, antigamente, você só negociava com o dinheiro físico. Depois, com a criação do sistema de compensação, passamos a usar o cheque. Evoluímos para o sistema DOC e TED. E agora, o Pix”, resumiu.
O Real Digital será acessado via carteira digital de instituições financeiras autorizadas. Ele não poderá ser convertido em cédulas, já que o Bacen vai gerar códigos indicando os valores.
O Real Digital será uma criptomoeda?
O Real Digital não será uma criptomoeda. As criptos são descentralizadas, reguladas pelos usuários e podem ser mineradas, enquanto o Real Digital será produzido e regulado pelo Bacen.
Na realidade, ele será uma moeda digital emitida pelo banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC).
Qual é a diferença entre o Real Digital e o Pix?
O Real Digital e o Pix são inovações do sistema financeiro nacional. No entanto, enquanto o primeiro é uma moeda virtual, o segundo é um sistema de transações instantâneas e gratuitas.
Para especialistas, a modernização do sistema financeiro brasileiro teve início com o Pix, em seguida, com o Open Finance e, por último, com o Real Digital.
O que é o Open Finance?
O Open Finance pode ser entendido como a expansão do Open Banking, que possibilitará o compartilhamento de dados e serviços das pessoas entre instituições financeiras.
Quanto valerá um Real Digital?
Um Real Digital valerá R$ 1. Logo, embora ele seja uma moeda alternativa, terá o mesmo valor do dinheiro tradicional.
Quando o Real Digital terá início?
A estimativa do Bacen é que o Real Digital tenha início no fim de 2024. No entanto, antes disso, 16 propostas vão participar da fase de testes com o piloto do Real Digital.
Cada uma delas é composta por empresas e consórcios. Confira, abaixo, a lista completa:
- Bradesco, Nuclea e Setl;
- Nubank;
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm;
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM;
- Itaú Unibanco;
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin;
- Caixa, Elo e Microsoft;
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred;
- XP e Visa;
- Banco BV;
- Banco BTG;
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft;
- Banco B3, B3 e B3 Digitas;
- Consórcio ABBC (Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Original, Banco ABC, BS2 e PagBank), BBChain, Microsoft e BIP;
- MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial;
- Banco do Brasil (BB).
Qual é o cronograma do Real Digital?
De acordo com as informações já divulgadas pelo Bacen, confira o cronograma do Real Digital:
- dezembro de 2023: Real Digital e Real Tokenizado já devem estar bem desenvolvidos;
- fevereiro de 2024: início dos testes de compra e venda de títulos do Tesouro Nacional com o Real Digital;
- março de 2024: início da avaliação do final do que funcionou e do que precisa ser melhorado no piloto do Real Digital;
- final de 2024: lançamento do Real Digital para a população em geral.
O dinheiro de papel vai deixar de existir?
O dinheiro de papel não vai deixar de existir com o Real Digital, mas, provavelmente, ele circulará menos. De qualquer forma, isso é uma tendência que levará alguns anos para ser ou não concretizada.
Quais as vantagens do Real Digital?
Diminuição do uso de dinheiro em papel
A diminuição do uso de dinheiro em papel possibilitará que haja uma menor emissão de papel-moeda.
Redução de crimes como o de lavagem de dinheiro
Como o Real Digital poderá ser usado em qualquer país sem a necessidade de conversão, a expectativa é que crimes como o de lavagem de dinheiro sejam reduzidos.
Estímulo à inovação no ambiente virtual
A proposta do Bacen é que o Real Digital sirva como um estímulo à inovação e à concorrência no ambiente virtual.
Qual é a relação do Real Digital com os investimentos?
A promessa é que torna possível a democratização de diferentes investimentos. Uma das apostas é a compra de tokens da dívida pública federal.
Segundo a sócia-líder de blockchain e ativos digitais da Ernst & Young Brasil, Thamilla Talarico, a tokenização possibilita que o ativo seja fracionado em muitas partes e em valores bem baixos, como R$ 5.
Isso permite que pessoas de diferentes classes sociais tenham acesso a esse tipo de investimento.
Entretanto, essa é apenas uma das possibilidades. Para ter uma ideia, de acordo com relatório publicado pela consultoria de mercado Grand View Research, a previsão é que o mercado de tokens alcance US$ 13,5 bilhões até 2030.
Como os brasileiros estão vendo o Real Digital?
Embora 80% dos brasileiros vejam com bons olhos, poucos são aqueles que têm noção da sua utilidade.
Tais descobertas são resultados de um estudo encomendado pela startup de infraestrutura Cryptum, que contou com 1.041 consumidores de perfil geral entrevistados de maneira online em maio de 2023.
Para 53% deles, uma das maiores vantagens do Real Virtual deve ser a economia de tempo. Já 43% acreditam que haverá uma redução na burocracia, enquanto 37% esperam que processos ligados a compras e empréstimos sejam simplificados.
Na opinião do CEO da Cryptum, André Salem, o ambiente nacional é bastante favorável ao desenvolvimento da tokenização em razão das iniciativas de regulação, do sucesso do Pix e, atualmente, do Open Finance.
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Resumindo
Quando será lançado o real digital?
A estimativa do Bacen é que tenha início no fim de 2024. No entanto, antes disso, 16 propostas vão participar da fase de testes com o piloto do Real Digital. Cada uma delas é composta por empresas e consórcios.
Qual a diferença entre real digital e Pix?
O Real Digital e o Pix são inovações do sistema financeiro nacional. No entanto, enquanto o Real Virtual é uma moeda digiral, o Pix é um sistema de transações instantâneas e gratuitas.
Segundo especialistas, a modernização do nosso sistema financeiro teve início com o Pix, em seguida, com o Open Finance e, por último, com o Real Digital.
O que é o projeto Real Digital?
Desenvolvido pelo Bacen, o Real Digital será uma variante da moeda brasileira, que é o Real. A intenção é que ele reduza as despesas com as operações bancárias e aumente o número de pessoas no mercado financeiro.
Na prática, era um sistema com duas moedas:
- de atacado ou Real Digital;
- de varejo ou Real Tokenizado.
Outros países como Estados Unidos e China já possuem suas moedas digitais, também conhecidas como CBDC, na sigla em inglês.
Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 80% dos bancos centrais do mundo todo vêm desenvolvendo moedas digitais.