Grupo Delta Energia capta R$ 200 milhões em debêntures para modernização de termelétrica

O Grupo Delta Energia concluiu a captação de R$ 200 milhões por meio de debêntures incentivadas com o objetivo de reembolsar investimentos realizados na modernização da termelétrica William Arjona, em Campo Grande (MS).

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23 de dez, 2025 às 06:30
ista ampla de um complexo industrial de energia com chaminés listradas em laranja e branco e torre com o logotipo BR sob céu azul. Foto: Agência Petrobras

O Grupo Delta Energia capta R$ 200 milhões em debêntures para reforçar sua estrutura financeira após a modernização da termelétrica William Arjona, localizada em Campo Grande (MS). A operação, concluída nesta segunda-feira, envolve a emissão de debêntures incentivadas e tem como objetivo principal o reembolso de investimentos já realizados com recursos próprios na atualização da usina, que passou a operar de forma antecipada para atender o sistema elétrico nacional.

A captação foi coordenada pela XP Investimentos e ocorre em um momento estratégico para o setor elétrico brasileiro, que busca ampliar a confiabilidade da geração de energia e garantir o equilíbrio do sistema, especialmente em períodos de maior demanda. A termelétrica modernizada tem capacidade instalada de 150 megawatts (MW) e é movida a gás natural.

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Captação de recursos fortalece estrutura financeira

A emissão de R$ 200 milhões em debêntures incentivadas pelo Grupo Delta Energia marca mais um movimento relevante de empresas do setor elétrico no mercado de capitais. Os títulos foram estruturados para atender investidores de longo prazo e se enquadram no modelo de financiamento voltado a projetos de infraestrutura, que conta com incentivos fiscais.

De acordo com a companhia, os recursos obtidos não serão destinados a novos investimentos imediatos, mas sim ao reembolso de gastos já realizados durante o processo de modernização da usina. A estratégia permite otimizar o uso de capital próprio e ajustar o perfil da dívida da empresa.

Esse tipo de operação tem se tornado cada vez mais comum entre companhias de energia, que utilizam o mercado de capitais como alternativa ao crédito bancário tradicional. Em outras iniciativas semelhantes no setor, empresas têm recorrido a debêntures para financiar expansão, modernização e adequação regulatória.

Modernização da termelétrica William Arjona

A termelétrica William Arjona passou por um processo de modernização para atender às exigências do 1º Leilão de Reserva de Capacidade (LRCap), realizado em 2021. O contrato firmado nesse certame prevê a disponibilização de capacidade ao sistema elétrico, garantindo maior segurança no atendimento à demanda.

Movida a gás natural, a usina está localizada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e conta com capacidade instalada de 150 MW. As obras incluíram ajustes técnicos e operacionais necessários para cumprir os requisitos do leilão e permitir a integração da unidade ao sistema em condições mais eficientes.

A modernização da termelétrica faz parte de um movimento mais amplo do setor elétrico para ampliar a flexibilidade da matriz energética, especialmente em um contexto de maior variabilidade das fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares.

Antecipação da operação contribuiu para o sistema elétrico

Embora o contrato previsse um cronograma mais longo, a Delta Energia optou por antecipar a entrada em operação da usina em quase um ano. Desde agosto, a termelétrica já está disponível para atender o sistema elétrico nacional, reforçando a oferta de energia em momentos críticos.

Segundo a companhia, a decisão de antecipar a operação foi motivada pela necessidade de contribuir com o equilíbrio energético do país, em um cenário de maior pressão sobre a geração. Para viabilizar essa antecipação, os investimentos foram inicialmente bancados com capital próprio.

Posteriormente, com a conclusão das obras e a estabilização da operação, a empresa estruturou a emissão de debêntures como forma de reorganizar o fluxo financeiro do projeto.

Declarações da Delta Energia sobre a operação

Em nota, o presidente da Delta Geração, Lourival Teixeira, afirmou que a antecipação da operação exigiu um esforço financeiro relevante da companhia. Segundo ele, a utilização de recursos próprios foi necessária para cumprir o novo cronograma e garantir a disponibilidade da usina.

De acordo com o executivo, a captação via debêntures permitirá agora equacionar os custos do projeto e reforçar a sustentabilidade financeira da operação. A empresa avalia que a estratégia adotada fortalece sua posição no setor elétrico e amplia a capacidade de resposta às demandas do sistema.

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