Greve nos Correios atinge SP, RJ e outros 5 estados: entenda os motivos da paralisação

Paralisação dos Correios avança em sete estados em meio a reivindicações por direitos e crise financeira da estatal; veja onde a greve ocorre

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Última atualização:  17 de dez, 2025 às 10:12
greve nos correios afeta 7 estados Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A greve dos Correios entrou em vigor nesta quarta-feira (17) após sindicatos da categoria aprovarem na terça-feira (16) uma paralisação por tempo indeterminado em sete estados brasileiros, em meio a um cenário de crise financeira na estatal, impasses trabalhistas e negociações ainda sem acordo no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A mobilização amplia a pressão sobre a direção da empresa e pode afetar prazos de entrega e serviços postais em importantes regiões do país.

Quais estados são afetados pela greve dos Correios

A paralisação foi aprovada por entidades sindicais que representam trabalhadores nos seguintes estados:

  • São Paulo
  • Minas Gerais
  • Paraná
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul
  • Ceará
  • Paraíba

Sindicatos não descartam a adesão de outras bases ao longo dos próximos dias, o que pode ampliar o alcance da greve.

O que motivou a paralisação dos trabalhadores

No centro do movimento estão reivindicações relacionadas à manutenção de direitos históricos e à falta de proposta econômica apresentada pela direção dos Correios, segundo as entidades sindicais.

Entre os principais pontos de reivindicação estão:

  • Manutenção do adicional de férias de 70%
  • Pagamento em dobro do trabalho aos fins de semana
  • Criação de um vale-refeição ou alimentação de R$ 2,5 mil, dividido em duas parcelas, apelidado de “vale-peru”
  • Preservação do plano de saúde dos funcionários
  • Melhores condições de trabalho e contratação de concursados

Representantes sindicais afirmam que mudanças propostas pela empresa representam retirada de direitos e precarização das atividades.

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Críticas à gestão e temor de privatização

Sindicatos também criticam medidas administrativas, como alterações na logística de entregas e no sistema de distritamento, além de cortes em benefícios. Para as entidades, o cenário atual abre espaço para um processo gradual de enfraquecimento da estatal, com risco de terceirização e privatização de serviços.

A mobilização conta com o apoio de outras organizações sindicais do setor público, que veem a situação dos Correios como parte de um movimento mais amplo de desvalorização do funcionalismo.

Greve ocorre em meio a rombo bilionário nos Correios

A paralisação acontece enquanto os Correios enfrentam um rombo superior a R$ 6 bilhões no acumulado até setembro. Para tentar reequilibrar as contas, a empresa busca um empréstimo com garantia do Tesouro Nacional.

Uma proposta inicial de R$ 20 bilhões foi rejeitada por causa das condições financeiras. Uma contraproposta, de R$ 12 bilhões, segue em análise. Paralelamente, o plano de reestruturação prevê um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que pode atingir até 15 mil funcionários até 2027.

Análise do especialista:

Negociações seguem no TST

O Tribunal Superior do Trabalho atua como mediador entre os sindicatos e a direção da estatal, mas até o momento não houve avanço suficiente para suspender a paralisação. Enquanto isso, a greve segue sem prazo para terminar.

A orientação dos sindicatos é que a população acompanhe os desdobramentos e se prepare para possíveis atrasos nos serviços postais nas regiões afetadas.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.