Greve nos Correios atinge SP, RJ e outros 5 estados: entenda os motivos da paralisação
Paralisação dos Correios avança em sete estados em meio a reivindicações por direitos e crise financeira da estatal; veja onde a greve ocorre
Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
A greve dos Correios entrou em vigor nesta quarta-feira (17) após sindicatos da categoria aprovarem na terça-feira (16) uma paralisação por tempo indeterminado em sete estados brasileiros, em meio a um cenário de crise financeira na estatal, impasses trabalhistas e negociações ainda sem acordo no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A mobilização amplia a pressão sobre a direção da empresa e pode afetar prazos de entrega e serviços postais em importantes regiões do país.
Quais estados são afetados pela greve dos Correios
A paralisação foi aprovada por entidades sindicais que representam trabalhadores nos seguintes estados:
- São Paulo
- Minas Gerais
- Paraná
- Rio de Janeiro
- Rio Grande do Sul
- Ceará
- Paraíba
Sindicatos não descartam a adesão de outras bases ao longo dos próximos dias, o que pode ampliar o alcance da greve.
O que motivou a paralisação dos trabalhadores
No centro do movimento estão reivindicações relacionadas à manutenção de direitos históricos e à falta de proposta econômica apresentada pela direção dos Correios, segundo as entidades sindicais.
Entre os principais pontos de reivindicação estão:
- Manutenção do adicional de férias de 70%
- Pagamento em dobro do trabalho aos fins de semana
- Criação de um vale-refeição ou alimentação de R$ 2,5 mil, dividido em duas parcelas, apelidado de “vale-peru”
- Preservação do plano de saúde dos funcionários
- Melhores condições de trabalho e contratação de concursados
Representantes sindicais afirmam que mudanças propostas pela empresa representam retirada de direitos e precarização das atividades.
Leia também:
Críticas à gestão e temor de privatização
Sindicatos também criticam medidas administrativas, como alterações na logística de entregas e no sistema de distritamento, além de cortes em benefícios. Para as entidades, o cenário atual abre espaço para um processo gradual de enfraquecimento da estatal, com risco de terceirização e privatização de serviços.
A mobilização conta com o apoio de outras organizações sindicais do setor público, que veem a situação dos Correios como parte de um movimento mais amplo de desvalorização do funcionalismo.
Greve ocorre em meio a rombo bilionário nos Correios
A paralisação acontece enquanto os Correios enfrentam um rombo superior a R$ 6 bilhões no acumulado até setembro. Para tentar reequilibrar as contas, a empresa busca um empréstimo com garantia do Tesouro Nacional.
Uma proposta inicial de R$ 20 bilhões foi rejeitada por causa das condições financeiras. Uma contraproposta, de R$ 12 bilhões, segue em análise. Paralelamente, o plano de reestruturação prevê um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que pode atingir até 15 mil funcionários até 2027.
Análise do especialista:
Negociações seguem no TST
O Tribunal Superior do Trabalho atua como mediador entre os sindicatos e a direção da estatal, mas até o momento não houve avanço suficiente para suspender a paralisação. Enquanto isso, a greve segue sem prazo para terminar.
A orientação dos sindicatos é que a população acompanhe os desdobramentos e se prepare para possíveis atrasos nos serviços postais nas regiões afetadas.
Achou este conteúdo útil? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: